Artigo semanal de Delúbio Soares

Buriti Alegre

                                        Já rodei o mundo, visitei os cinco continentes, percorri dezenas de países, admirei povos e civilizações, estudei suas culturas e hábitos, deslumbrei-me com as belezas e surpreendi-me com as particularidades dos quatro cantos do planeta, mas o que trago no peito, o que me estimula e conforta, o que me orgulha e gratifica, é a terra onde nasci e o seu povo. Infeliz do homem sem raízes. Desgraçado daquele que renega suas origens. Quem não ama seu berço, não quer bem a nada. E eu amo Buriti Alegre.

Acompanho o dia-a-dia de minha terra com o mesmo interesse com que contemplo a evolução dos assuntos mais importantes de nosso tempo. Cada notícia que me chega de um avanço social, de uma realização econômica, de uma nova turma de estudantes que se formam, de profissionais liberais que se estabelecem, de empresas que chegam para somar esforços, gerar empregos e produzir em Buriti Alegre, tem para mim o impacto de uma alta na Bolsa de Nova York, da descoberta de uma nova jazida pela Petrobrás, de uma vitória de nossa seleção na decisão de uma Copa do Mundo. Meu amor por minha terra não conhece limites. É que Buriti e seu povo jamais colocaram qualquer limite em seu carinho e integral solidariedade para comigo em todos os momentos de minha vida.

Nós já fomos uma cidade acanhada, perdida numa região belíssima e esquecida. Geramos governadores, deputados, grandes empresários, artistas, intelectuais, gente trabalhadora e da melhor qualidade. Mas não saíamos de uma posição injusta de cidade pouco reconhecida, economia estagnada, com potencialidades mal exploradas e população mal assistida pelos poderes públicos.

Recordo-me dos anos 60, quando já havíamos dado um governador a Goiás e, no entanto, apenas dois dos professores que lecionavam em Buriti dispunham de curso superior. Mas nem isso impedia que nós, meninos pobres, tivesses mestres devotados e que se desdobravam para suprir as carências com enorme sentido de missão e competência profissional.

Tínhamos um dos maiores rebanhos bovinos do Estado de Goiás, quiçá do Brasil. Sua agricultura sempre pródiga, alicerçada numa terra fértil e abençoada. Mas isso fazia muito pouca diferença na distribuição de renda na sociedade local ou na arrecadação do Município, pequeníssima e incapaz de fazer frente às necessidades de uma população crescente e suas demandas nas áreas de educação, saúde, saneamento básico.

Buriti Alegre era um retrato diminuto e veraz do Brasil: uma terra riquíssima e um povo carente. Possibilidades infindas, mas tentativas tímidas de exploração do potencial existente. No microcosmo, o reflexo de uma realidade injusta e recorrente.

Começamos a mudar a história de minha amada terra quando perdemos o medo. A eleição do prefeito João Alfredo - homem austero, trabalhador incansável e administrador visionário - uniu sua experiência de bem sucedido empresário rural à de companheiro petista, comprometido com as necessidades da população e com a boa governança. Buriti Alegre disparou! A arrecadação, em apenas seis anos, deixou o acanhado patamar de R$ 4 milhões praticamente quadruplicando em 2010, favorecendo uma gama de obras públicas, onde saúde e educação foram priorizadas.

Não há criança em idade escolar que não tenha vaga disponível na rede pública local. Além disso, mais de 200 estudantes universitários residentes em Buriti Alegre, todos os dias, num programa exitoso e necessário, são transportados em ônibus para Municípios onde se localizam as faculdades cursadas, num esforço merecido pelos que apostam no estudo e vêem nele a chance não só da construção de uma carreira profissional, mas da participação cidadã na vida de seu país.

Ao latifúndio improdutivo se contrapôs a chegada da indústria, com a instalação de frigorífico de grande porte e um abatedouro de aves dos mais modernos do país, com o impressionante número de quase 200 mil aves processadas diariamente. Essas indústrias, instaladas durante o governo Lula, realizaram investimentos altíssimos em tecnologia, instalações industriais e formação de pessoal, seguindo padrões internacionais de qualidade. Outro frigorífico chegará em breve, gerando mais empregos, riquezas, impostos e divisas. O rebanho bovino passa das 105 mil reses e se notabiliza pela altíssima qualidade. A agricultura de Buriti Alegre vive um ciclo virtuoso, com a produção de milho, soja, arroz, tomate e sendo um pólo produtor bananeiro. Vai longe o tempo em que não podíamos vivenciar o progresso e planejar o desenvolvimento sustentável da riquíssima região onde nascemos, vivemos e produzimos. Esse tem sido o jeito petista de governar do prefeito João Alfredo, meu dileto companheiro, e sua operosa equipe.

Ainda agora, com base nas políticas desenvolvimentistas implementadas no governo do Estadista Luiz Inácio Lula da Silva e renovadas na administração da presidenta Dilma Rousseff, a montadora automobilística Suzuki, uma das maiores do mundo, anunciou a instalação de uma linha de montagem na vizinha cidade de Itumbiara, governada por um dos prefeitos mais dinâmicos de Goiás, o meu amigo José Gomes. O reflexo da chegada da montadora japonesa ao sul goiano será imediato na economia de todo o Estado, especialmente das cidades daquela região, que passarão a participar de uma nova etapa do processo de desenvolvimento econômico e industrial, ainda desconhecido na área. Não nos falta excelente mão-de-obra, invejáveis recursos naturais, posição geográfica estratégica e a irrefreável vocação dos goianos para o desafio, o empreendedorismo e o êxito.

O Brasil vive um momento invulgar. Segundo a competente Fundação Getulio Vargas, a taxa de desigualdade no Brasil atingiu a sua mínima histórica desde se começou a pesquisá-la em nosso país. O estudo divulgado pelo seu Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV) revelou que em oito anos - de dezembro de 2002 a dezembro de 2010 - o país conseguiu reduzir a pobreza em 50,64%. Ou seja: o governo Lula levou mais de 30 milhões de brasileiros para a classe média, tirando-os da pobreza, dotando-lhes de melhores condições de vida e os incluindo no mercado consumidor. Isso se chama, simplesmente, inclusão social. "Em 8 anos, no governo Lula, foi feito o que era previsto para 25 anos, de acordo com a Meta do Milênio da Organização das Nações Unidas, que era reduzir a pobreza em 50% de 1990 até 2015", ressaltou o economista Marcelo Neri, da FGV.

Buriti Alegre é um retrato fiel do Brasil de hoje. Evoluiu, cresceu, quer mais e está fazendo sua parte na incessante tarefa do desenvolvimento nacional. Ainda falta muito a se fazer e as carências são grandes. Mas já se respira o ar do desenvolvimento e seu povo se orgulha de mostrar o quanto conseguiu construir em tão pouco tempo.

Há mais de 30 anos saí de Buriti Alegre. Nunca, jamais, em tempo algum, Buriti Alegre saiu de mim, do meu coração, do meu sentimento, da minha alegria de viver, da minha ternura pela terra abençoada e por seu povo.

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