Memórias recentes
Nesta altura do campeonato há poucas razões para discordar de que foi desastrosa a política desenvolvida pelo PSDB na eleição municipal de 2008 em São Paulo.
Enquanto em Minas o então governador Aécio Neves montava uma coligação belorizontina em torno do PSB, para tirar a prefeitura das mãos do PT de modo indolor, em São Paulo o PSDB conseguia a proeza de lançar candidato contra seu próprio governo.
José Serra havia derrotado o PT em 2004, perdera a disputa pela legenda presidencial em 2006 e saíra para concorrer ao governo do estado. Ficou na cadeira o vice, Gilberto Kassab, do Democratas.
Com a gestão bem avaliada e realizações a exibir, era natural que Kassab concorresse à reeleição. Mas o PSDB decidiu lançar Geraldo Alckmin, que nem chegou ao segundo turno. Ficou atrás do vitorioso Kassab e da ex-prefeita Marta Suplicy.
Alckmin que, aliás, já havia sofrido o dissabor de um terceiro lugar na corrida paulistana. Quando era vice do governador Mário Covas em 2000.
O PSDB nunca teve pernas sólidas no terreiro paulistano. Só ganhou uma eleição, a de Serra em 2004. A rotina tucana em São Paulo é perder.
Antes das duas tentativas frustradas de Alckmin, o pré-tucano Fernando Henrique Cardoso (ainda pelo PMDB) perdera para Jânio Quadros em 1985. O próprio Serra havia perdido em 1988 e 1996. O então ainda tucano Fábio Feldmann perdeu em 1992.
Na capital de São Paulo o PSDB quer cantar de galo em terreiro alheio.
Em política as coisas precisam ter algo de natural. Se você depende de um consórcio para chegar ao poder e manter, você não deve agir como se estivesse sozinho no picadeiro. O PT levou um certo número de anos para compreender esse detalhe, mas parece ter compreendido.
Já o PSDB aparenta estar desaprendendo. Ou talvez nunca tenha entendido de fato que a política se faz com alianças -e a brasileira mais ainda, dada a pulverização do cenário partidário.
PT e PSDB têm raiz comum. Surgiram nos anos 80 em São Paulo -o PT antes e o PSDB depois- em reação ao PMDB, ao aliancismo, às frentes políticas. Hoje os herdeiros empobrecidos daquele neoudenismo vagam por aí lamentando a “repeemedebização” da política nacional.
Uma vantagem atual do PT é ter se livrado do modelito. Já o PSDB vive sua era de regressão psicanalítica. A proeza mais recente é ter forçado a luta interna do Democratas ao ponto de levar o único aliado ao limite da autodestruição.
Quatro anos depois, o PSDB em Belo Horizonte -lugar onde o tucanismo igualmente sofre de fraqueza crônica- trabalha para manter a aliança com o PSB do prefeito Márcio Lacerda. Já o PT, que tem a vice de Lacerda, ensaia uma ruptura. Em busca de "espaço".
Tucanos e petistas têm mesmo coisas em comum.
Enquanto em Minas o então governador Aécio Neves montava uma coligação belorizontina em torno do PSB, para tirar a prefeitura das mãos do PT de modo indolor, em São Paulo o PSDB conseguia a proeza de lançar candidato contra seu próprio governo.
José Serra havia derrotado o PT em 2004, perdera a disputa pela legenda presidencial em 2006 e saíra para concorrer ao governo do estado. Ficou na cadeira o vice, Gilberto Kassab, do Democratas.
Com a gestão bem avaliada e realizações a exibir, era natural que Kassab concorresse à reeleição. Mas o PSDB decidiu lançar Geraldo Alckmin, que nem chegou ao segundo turno. Ficou atrás do vitorioso Kassab e da ex-prefeita Marta Suplicy.
Alckmin que, aliás, já havia sofrido o dissabor de um terceiro lugar na corrida paulistana. Quando era vice do governador Mário Covas em 2000.
O PSDB nunca teve pernas sólidas no terreiro paulistano. Só ganhou uma eleição, a de Serra em 2004. A rotina tucana em São Paulo é perder.
Antes das duas tentativas frustradas de Alckmin, o pré-tucano Fernando Henrique Cardoso (ainda pelo PMDB) perdera para Jânio Quadros em 1985. O próprio Serra havia perdido em 1988 e 1996. O então ainda tucano Fábio Feldmann perdeu em 1992.
Na capital de São Paulo o PSDB quer cantar de galo em terreiro alheio.
Em política as coisas precisam ter algo de natural. Se você depende de um consórcio para chegar ao poder e manter, você não deve agir como se estivesse sozinho no picadeiro. O PT levou um certo número de anos para compreender esse detalhe, mas parece ter compreendido.
Já o PSDB aparenta estar desaprendendo. Ou talvez nunca tenha entendido de fato que a política se faz com alianças -e a brasileira mais ainda, dada a pulverização do cenário partidário.
PT e PSDB têm raiz comum. Surgiram nos anos 80 em São Paulo -o PT antes e o PSDB depois- em reação ao PMDB, ao aliancismo, às frentes políticas. Hoje os herdeiros empobrecidos daquele neoudenismo vagam por aí lamentando a “repeemedebização” da política nacional.
Uma vantagem atual do PT é ter se livrado do modelito. Já o PSDB vive sua era de regressão psicanalítica. A proeza mais recente é ter forçado a luta interna do Democratas ao ponto de levar o único aliado ao limite da autodestruição.
Quatro anos depois, o PSDB em Belo Horizonte -lugar onde o tucanismo igualmente sofre de fraqueza crônica- trabalha para manter a aliança com o PSB do prefeito Márcio Lacerda. Já o PT, que tem a vice de Lacerda, ensaia uma ruptura. Em busca de "espaço".
Tucanos e petistas têm mesmo coisas em comum.
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