Agiotagem

A voracidade do setor financeiro brasileiro é inacreditável.

Ganhar muito é sempre pouco para ele.

Hoje, o IBGE divulgou o índice de inflação que é usado como referência para as metas, o IPCA.

Ele caiu, como você vê no gráfico, a 0,47%.

Outro índice muito utilizado para atualizar valores, o IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas, também foi anunciado hoje. E baixou de 0,5% para apenas 0,01%.

Confirma-se, portanto, o que só o terrorismo de mercado sustentava há pouco tempo atrás: que haveria uma inflação estrutural como componente inevitável de uma politica econômica desenvolvimentista.

Nada disso, poré, refreia o apetite destes mercados por uma nova alta de juros, e são imensas as pressões para que o Copom aumente, amanhã, a taxa Selic em mais 0,25%.

Com uma trajetória de queda da inflação, a taxa real de ganhos na especulação financeira no Brasil, que já é a maior do mundo, aumentará. E, com ela, o gasto do Tesouro com o pagamento de juros.

Logo, para garantir o sagrado – os juros – a pressão é toda para que se corte o que acham “supérfluo”: os investimentos públicos.

E, para resistir a essa pressão, não basta que a economia esteja sólida. É preciso que o Governo brasileiro esteja politicamente forte, para que possa transformar em atitudes a sua vontade de dizer “não, chega!” a esta turma.

Tijolaço

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