“Cortes” da Petrobras ficaram só no sonho da mídia


Há um mês atrás, aqui, comentei como a imprensa “festejava” a notícia que ela própria criara de que a Petrobras iria fazer pesados cortes em seus planos de investimentos no país.

 O Globo chegava a falar em uma redução de US$ 35 bilhões, ou 13,5% do previsto para ser aplicado até 2015.
De lá para cá, os fatos se encarregaram de mostrar que esse corte era apenas o desejo mórbido do pessoal da “roda presa”, que torce para que o Brasil não extraia o petróleo do pré-sal de forma soberana e acabe por comprar lá fora – a la Agnelli – os equipamentos de que precisa.
Os “urubus” do petróleo tiveram de engolir, nestes dias, a contratação de mais 14 navios fabricados aqui, a decisão de fazer também no Brasil as 21 sondas de exploração em águas ultra-profundas e a notícia de que vai se tocar, com ou sem a parte venezuelana, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O contrato das sondas é particularmente importante, pois são equipamentos sofisticados e caríssimos, que deverão custar cerca de R$ 10 bilhões.
Como, para fazer aqui, haverá um atraso de três meses na entrega, O Globo, sempre vigilante, reclamou. E o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, ironizou:
“Três meses de atraso não alteram nada . As sondas devem ser entregues a partir de 2015 e temos sondas suficientes. Apesar de toda a reação internacional que dizia que não faríamos [as sondas no Brasil], estamos tranquilos”
Hoje, o mesmo Estadão que anunciava os cortes teve de desmentir-se,  publicando a declaração de Gabrielli de que os investimentos da empresa praticamente não terão mudanças. A empresa se prepara para chegar a 2020 com o triplo da produção atual, com possibilidades de tornar-se a maior petroleira do mundo.
E mais: que só no Rio de Janeiro, até 2014, vai investir R$ 88,5 bilhões e está criando, até, um programa de financiamento para conseguir gastar o máximo possível aqui dentro, com fornecedores locais.
A propósito: O Globo, que parece ser um jornal de outro país, não deu uma linha sobre isso.
Acho que a turma do “Brasil de Roda Presa” tem pesadelos toda noite quando pensa na Petrobras…

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