Se Dilma sucumbir às chantagens estará oferecendo os próprios pulsos aos que têm culpa no cartório
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No caso de Tancredo Neves, de cuja morte foi Sarney o grande beneficiário, como se tivesse ganho a Presidencia na mega-sena, há histórias cabeludas que deixaram até hoje familiares do veterano político mineiro com a pulga atrás da orelha. As suspeitas aumentaram quando o general Newton Cruz admitiu em entrevista à TV Cultura, no ano passado, informnações antecipadas sobre sua morte.
Isso levou a família do ex-presidente a cogitar de pedir abertura de investigações rigorosas. OsNeves até hoje não digeriram o caso do garçom João Rosa, escolhido para ser o mordomo do presidente eleito. Ele também teve uma morte estranha, um dia depois do falecimento de Tancredo. Rosa tinha 52 anos e morreu oficialmente em consequência de diverticulite, primeiro diagnóstico para a doença do presidente. O garçom, que era funcionário do Palácio do Planalto, chegou a trabalhar alguns dias na Granja do Riacho Fundo, residência provisória do novo presidente e onde Tancredo fazia as refeições enquanto definia o Ministério da Nova República.
Suicídio de Getúlio será que foi mesmo?
Em relação à morte do presidente Vargas, já se levantaram variadas hipóteses. Em 2007, a ex-vedete Virgínia Lane, que privou de sua intimidade, afirmou no programa de Roberto Canázio, da Rádio Globo, que estava na cama com ele quando quatro homens mascarados o mataram. Gervásio Batista, fotógrafo histórico, autor da última foto de Tancredo vivo, disse em 2008 ao site G1 que foi impedido por Gregório Fortunato de fotografar Getúlio morto, porque este "estava em trajes menores".
Especulações e doideiras à parte há especulações sobre a possibilidade de que a própria carta-testamento do ex-presidente não tenha sido escrita por ele,mas pelo ex-ministro João Neves da Fontoura, o mesmo que divulgou "correspondências secretas" entre Vargas e Perón sobre repúblicas sindicalistas, usadas no complô para derrubá-lo. Curioso: embora se conheça o documento manuscrito, a historiadora Maria Celina DAraujo fala de três vias: "Como testemunho de seu gesto Getulio deixou uma carta testamento com três cópias. Uma, na mesa de cabeceira da cama onde morreu, outra dentro do seu cofre e uma terceira entregue a Goulart, ainda durante a reunião ministerial. Getulio pedira a Jango que guardasse o documento sem lê-lo e se retirasse para o Rio Grande do Sul, pois no Rio, ele, Getulio e o próprio governo eram muito vulneráveis".
Assassinato de Jango não há como esconder
Falo de alguns fatos dignos de suspeita, mas a história dos assassinatos de Estado é madeira de dar em doido. Graças à tenacidade do seu filho João Vicente o Ministério Público Federal passou a investigar a morte do ex-presidente no início de 2008, quando escrevi:
O assassinato de Jango fazia parte de um sofisticado plano internacional, que incluía outras vítimas, como o ex-embaixador chileno Orlando Letelier, "explodido nos EUA", o ex-general chileno Carlos Prates, o ex-presidente boliviano Juan José Torres e dois parlamentares uruguaios - senador Zelmar Michelini e o deputado Héctor Gutiérrez Ruiz - ocorridos na Argentina, após a deposição de Isabelita Peron, em 24 de março de 1976, e a ascensão do mais sangrento bando golpista, comandada pelo general Jorge Rafael Videla, que disputou com o colega chileno Augusto Pinochet a comenda de grão-mestre da tortura e do extermínio de opositores.
O assassinato de Jango fazia parte de um sofisticado plano internacional, que incluía outras vítimas, como o ex-embaixador chileno Orlando Letelier, "explodido nos EUA", o ex-general chileno Carlos Prates, o ex-presidente boliviano Juan José Torres e dois parlamentares uruguaios - senador Zelmar Michelini e o deputado Héctor Gutiérrez Ruiz - ocorridos na Argentina, após a deposição de Isabelita Peron, em 24 de março de 1976, e a ascensão do mais sangrento bando golpista, comandada pelo general Jorge Rafael Videla, que disputou com o colega chileno Augusto Pinochet a comenda de grão-mestre da tortura e do extermínio de opositores.
Na ocasião, o advogado Christopher Goulart, neto do ex-presidente, declarou que a investigação levaria inevitavelmente à descoberta de outros crimes, no âmbito da "Operação Condor". A apuração já ia ser arquivada se não fosse pela insistência do seu filho. Agora em junho, a procuradora da Republica Gilda Carvalho determinou à Procuradoria do Rio Grande do Sul, que reative as investigações a respeito e exigiu rigor nos interrogatórios de quem pode esclarecer o crime.
Uma forma de algemar a presidente Dilma
Mas há muita nebulosidade sobre uma história que vem sendo sistematicamente escondida aos brasileiros num ambiente que ameaça até mesmo os governantes de hoje.
Nesse episódio, a presidente Dilma Rousseff tem o apoio de todas as correntes de opinião, inclusive as mais conservadoras, para manter o projeto como chegou ao Senado. Só quem está ensebando é quem tem culpa no cartório, no caso os bolsões da intolerância das Forças Armadas, que esperam assim sepultar a Comissão da Verdade, e traquinas da laia de Sarney e Collor, que devem estar muito mal na papelada que pretendem eternamente protegidas da luz do dia.
A matéria já devia ter sido votada no último dia 3 de maio, mas Dom Sarney e seus lacaios amestrados travaram, puseram as facas no peito da presidente e deixaram todo o país a ver navios.
Se a presidente Dilma se curvar a tamanha monstruosidade, estará oferecendo os próprios pulsos às algemas, iguais as que marcaram seu espezinhado corpo juvenil. E ficará nas mãos tintas de sangue de uma meia dúzia de psicóticos de vida pregressa impublicável.
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