Pão de Açucar, Carrefour e a missão do BNDES


Até que ponto deve o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico s Social) apoiar o Grupo Pão de Açúcar em sua pretensão de assumir o controle do Carrefour?

Chegou a hora de uma avaliação mais séria sobre o papel do banco. Nos últimos anos seu capital aumentou substancialmente. Seu presidente Luciano Coutinho definiu como missão apoiar os "campeões nacionais". Por tal, entendam-se empresas brasileiras com pretensão a ter papel mundial.

Não pode ser apenas isso.

O papel do banco deve ser o de indutor de inovação, o de apoio a novos setores da economia, o de financiador da chamado reestruturação competitiva da economia.

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Não é o caso da compra do Carrefour. Não vai agregar um tostão de investimento a mais na economia, não vai promover a competição, não vai significar nenhuma inovação. Pelo contrário, será um fator de concentração a mais em uma economia cada vez mais oligopolizado.

Estivesse focado em sua missão, à esta altura, em vez de bancar a compra do Carrefour pelo Pão de Açúcar, o BNDES estaria empenhado em apoiar grupos nacionais concorrentes, de outros setores – como eletrônicos – para que entrassem também no mercado de alimentos para competir com o próprio poder de fogo do Pão de Açúcar.

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Apesar do grande poderio financeiro do BNDES, não há sobra de capital para sair apoiando aventuras societárias que não resultem em ganhos claros de investimento para o país.

No caso da operação BTG Pactual-Pão de Açúcar nenhuma dessas premissas estará contemplada. Pelo contrário, o dinheiro aportado pelo BNDESPar na operação será imediatamente transferido para a França – já que se trata de uma venda de participação acionária. Não agregará um centavo ao investimento interno, à geração de emprego e de tecnologia.

Que ganho o Brasil terá? A ideia de que o Carrefour brasileiro poderá se transformar em uma plataforma de exportação para produtos nacionais não se justifica. O Carrefour já trabalha assim e, seja quem for o novo controlador, continuará trabalhando, pois faz parte da lógica das redes internacionais de supermercados.

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Abílio Diniz, do Pão de Açúcar, é um empresário brasileiro com mais de 70 anos. André Esteves, um player financeiro especializado em adquirir ativos, valorizá-los e passar para frente.

O BTG Pactual é dos maiores bancos de investimento brasileiro, com ampla capacidade de captar recursos no mercado nacional e internacional. Qual a razão para recorrer ao BNDESPar?

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Para conferir legitimidade à operação, Luciano Coutinho deveria vir a público mostrar todas as contrapartidas que o país poderia ter, os ganhos efetivos, não apenas miragens, como esse suposto aumento do mercado internacional para produtos brasileiros. E também as análises produzidas sobre a concentração de mercado.

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A bandeira do interesse nacional foi brandida no caso da Ambev. Vendeu-se a falsa ideia de que a Ambev tinha adquirido a Inbev, devido ao fato do controle ficar nas mãos dos três empresários brasileiros.

Ora, o que define a natureza da empresa é a origem do seu capital, não a nacionalidade de seus controladores.

Superávit primário avança em 2011

A queda no ritmo dos investimentos e o aumento na arrecadação de impostos levaram o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) a apresentar um esforço fiscal maior em maio: segundo dados do Tesouro Nacional, o superávit primário no período chegou a R$ 4,12 bilhões. No ano, o superávit primário soma R$ 45,45 bilhões, um crescimento de 87% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado, quando o esforço fiscal somou R$ 24,23 bilhões.

IGP-M tem deflação de -0,18% em junho

Os preços mensurados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) registraram uma deflação de -0,18% em junho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ficou em -0,45%, ante um avanço de 0,03% no mês anterior. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) apresentou uma deflação de -0,12%, puxado pela contração de seis dos sete grupos pesquisados. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) atingiu 1,43%, abaixo dos 2,03% de maio.

Grécia aprova pacote de austeridade

O Parlamento da Grécia aprovou a adoção de um pacote de medidas de austeridade, que deve gerar uma arrecadação de 28 bilhões de euros com cortes de gastos e aumento de impostos até 2015, em contrapartida a nova ajuda financeira a ser recebida da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional). O plano proposto pelo governo socialista envolve privatizações, a cobrança de novos impostos sobre renda e propriedades e cortes de salários e aposentadorias.

Projeção de inflação oficial sobe para 5,8%

O Banco Central elevou a projeção para a inflação anual em 2011: os dados sinalizados para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançaram 0,2 ponto percentual, chegando a 5,8%, segundo o Relatório Trimestral de Inflação. A projeção do indicador para o ano de 2012 subiu de 4,6%, do relatório anterior, para 4,8%, mais perto do centro da meta de inflação para este e o próximo ano, de 4,5%. Tal meta tem ainda margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Construção civil avança em maio

A atividade na construção civil apresentou seu primeiro no ano em maio, chegando a 53,1 pontos no período, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Para a atividade usual para o mês de maio, o indicador registrou 50,9 pontos, voltando ao nível normal para o período, após ter caído a 48,3 pontos em abril. O número de empregados também cresceu em maio, assinalando 52,6 pontos, quando em abril registrara declínio, com 49,9 pontos.

Tributação precisa se adequar ao desenvolvimento, diz Pimentel

O Brasil precisa alterar sua estrutura tributária como forma de se adequar à nova realidade, afirma o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Em pronunciamento realizado na Câmara dos Deputados, Pimentel disse que a atual forma de tributação brasileira não está mais adequada ao tamanho do território e ao nível de desenvolvimento, defendendo uma reforma que possa reduzir os impostos cobrados nos insumos, como forma de impulsionar a indústria.

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