O noticiário está tomado pelos problemas políticos do governo, mas o maior problema político talvez esteja na economia. Onde a inflação, apesar de perder fôlego, mostra certa resiliência.
O dólar baratíssimo funciona como âncora. Mas a contração do crédito ainda não parece suficiente. É a velha psicologia brasileira das compras parceladas. Se a prestação cabe no salário, que se danem os juros.
E é bem compreensível, num país onde tantos ainda deixam de ter o básico.
Mas o problema da autoridade monetária não é a justiça social, é a inflação. A aposta de quem costuma apostar é o Banco Central prolongar o aperto sem medo de ser feliz. Com as consequências conhecidas.
Os movimentos recentes no Congresso Nacional indicam alguma acomodação entre o Palácio do Planalto e o PMDB, e também do Executivo com o presidente da Câmara dos Deputados.
Nas novas condições, o governo pôde adiar a regulamentação da emenda 29, que fixa constitucionalmente verbas para a Saúde.
Também há uma chance razoável de ser jogada para adiante a votação de outra emenda, a de número 300, que reajusta nacionalmente os salários dos policiais militares adotando como referência os belos vencimentos da categoria no Distrito Federal.
Mesmo que neste caso cada adiamento vá significar, apenas, um pouco mais de força no tsunami. De lenha na fogueira. Em especial depois da desastrosa condução, pelo governador Sérgio Cabral, do movimento dos bombeiros no Rio.
As turbulências políticas evidenciadas na derrota do governo durante a votação do Código Florestal ficaram para trás, a execução orçamentária anda, os restos a pagar não foram para o beleléu.
E a maioria governista nas duas casas continua ali pronta para tratorar a oposição.
Bem ou mal, a nova coordenação política vem obtendo algum grau de operacionalidade.
A crise do momento, desencadeada pelo noticiário sobre o Ministériodos Transportes, fechou a semana algo circunscrita, à espera do novo titular da pasta.
O tema tem potencial para estragos adicionais, mas o governo trabalha no Congresso para segurar a onda.
Mas a acomodação tem custo político. Medida em recursos orçamentários e também na musculatura adicional de deputados e senadores a cada conturbação.
Se um episódio pede à base sacrifícios em defesa do governo, e se ela comparece à batalha e vence, o Executivo torna-se um pouco mais dependente. Com as decorrências sabidas.
Onde a coisa embute mais riscos? Se a economia emitir sinais de sofrimento além da conta. Se a contenção produzir efeitos na popularidade presidencial, mesmo limitados, a fatura rotineira do Congresso ao Planalto tende a engordar aceleradamente.
O processo é contraditório. A cada crise, o governo vai ficando mais com a cara da presidente, com a colocação de pessoas mais próximas nas posições vagas. É o bisturi dilimista a percorrer tecidos herdados do antecessor.
Mas vai ficando também mais refém dos aliados. Pois um possível efeito colateral das seguidas cirurgias é o desarranjo do organismo como um todo.
Como evoluirá esse delicado equilíbrio numa hipotética situação de perda de musculatura popular da presidente?
O dólar baratíssimo funciona como âncora. Mas a contração do crédito ainda não parece suficiente. É a velha psicologia brasileira das compras parceladas. Se a prestação cabe no salário, que se danem os juros.
E é bem compreensível, num país onde tantos ainda deixam de ter o básico.
Mas o problema da autoridade monetária não é a justiça social, é a inflação. A aposta de quem costuma apostar é o Banco Central prolongar o aperto sem medo de ser feliz. Com as consequências conhecidas.
Os movimentos recentes no Congresso Nacional indicam alguma acomodação entre o Palácio do Planalto e o PMDB, e também do Executivo com o presidente da Câmara dos Deputados.
Nas novas condições, o governo pôde adiar a regulamentação da emenda 29, que fixa constitucionalmente verbas para a Saúde.
Também há uma chance razoável de ser jogada para adiante a votação de outra emenda, a de número 300, que reajusta nacionalmente os salários dos policiais militares adotando como referência os belos vencimentos da categoria no Distrito Federal.
Mesmo que neste caso cada adiamento vá significar, apenas, um pouco mais de força no tsunami. De lenha na fogueira. Em especial depois da desastrosa condução, pelo governador Sérgio Cabral, do movimento dos bombeiros no Rio.
As turbulências políticas evidenciadas na derrota do governo durante a votação do Código Florestal ficaram para trás, a execução orçamentária anda, os restos a pagar não foram para o beleléu.
E a maioria governista nas duas casas continua ali pronta para tratorar a oposição.
Bem ou mal, a nova coordenação política vem obtendo algum grau de operacionalidade.
A crise do momento, desencadeada pelo noticiário sobre o Ministériodos Transportes, fechou a semana algo circunscrita, à espera do novo titular da pasta.
O tema tem potencial para estragos adicionais, mas o governo trabalha no Congresso para segurar a onda.
Mas a acomodação tem custo político. Medida em recursos orçamentários e também na musculatura adicional de deputados e senadores a cada conturbação.
Se um episódio pede à base sacrifícios em defesa do governo, e se ela comparece à batalha e vence, o Executivo torna-se um pouco mais dependente. Com as decorrências sabidas.
Onde a coisa embute mais riscos? Se a economia emitir sinais de sofrimento além da conta. Se a contenção produzir efeitos na popularidade presidencial, mesmo limitados, a fatura rotineira do Congresso ao Planalto tende a engordar aceleradamente.
O processo é contraditório. A cada crise, o governo vai ficando mais com a cara da presidente, com a colocação de pessoas mais próximas nas posições vagas. É o bisturi dilimista a percorrer tecidos herdados do antecessor.
Mas vai ficando também mais refém dos aliados. Pois um possível efeito colateral das seguidas cirurgias é o desarranjo do organismo como um todo.
Como evoluirá esse delicado equilíbrio numa hipotética situação de perda de musculatura popular da presidente?
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