Há um debate no governo sobre a atitude diante dos usuários de drogas crônicos que moram nas ruas, ou ali permanecem a maior parte do tempo. A discussão é deixá-los onde estão ou interná-los, mesmo contra a vontade.
Não é polêmica nova. Ela já existe nos níveis municipal e estadual. Pois a encrenca costuma estourar mesmo é na mão de prefeitos e governadores.
Mas cai bem que a coisa venha para o plano federal. A droga está longe de ser problema localizado.
Fará certo a presidente Dilma Rousseff se resolver incluir a internação compulsória na política nacional para o tema. A droga nesse nível de consumo e degradação é doença grave e precisa de tratamento.
Manter na rua alguém afetado em tal grau é foco de disseminação do problema, e precisa portanto ser atacado.
E seria um passo vital para desglamurizar o consumo.
O debate sobre a droga entre nós recebe atenção e espaços crescentes. O problema avança e anda de mão dadas com a violência e a criminalidade. Já foi ao arquivo a ideia ingênua de que o crime é função principalmente da pobreza.
Qualquer mapa da pobreza mostra não ser assim. As áreas mais pobres não são as de maior número proporcional de crimes, ao contrário.
Os rankings são liderados pelas regiões de mais crescimento econômico, e portanto com dinâmicas superiores na oferta de oportunidades e renda.
No governo Luiz Inácio Lula da Silva as regiões urbanas do Nordeste lideraram em dois quesitos: crescimento “chinês” da economia e explosão dos índices de criminalidade.
Se o crime decorre principalmente da pobreza e da falta de oportunidades, como explicar que onde mais cresce a economia é também onde mais acelera o banditismo?
Não vale dizer que a causa está no aprofundamento da desigualdade, pois este governo reivindica ter feito o contrário, ter promovido crescimento com desconcentração de riqueza.
O crime é, estatisticamente, fruto do cruzamento entre a oportunidade de delinquir e uma menor probabilidade de punição. Encontra ambiente favorável onde sobe a disponibilidade de dinheiro e onde decresce o risco de ser punido pela infração.
E quando as duas coisas andam juntas, então...
O consumo cria o mercado para o tráfico de drogas, que produz em paralelo o mercado para o tráfico de armas. E não haverá como combater um elo da cadeia sem enfrentar os demais.
A leniência diante do consumo das drogas frequenta o noticiário e os debates intelectuais. Tem sido em tempos recentes passaporte seguro para políticos desejosos de uma recauchutagem “progressista”.
É tática confortável, pois não precisam nesse tema enfrentar banqueiros, latifundiários ou potências neocoloniais para desfilar como portadores de teorias supostamente avançadas.
Já para o país, importa mais é proteger nossos jovens da contaminação, combater a criminalidade, cuidar das fronteiras por onde passam as drogas e as armas. Coisas assim.
E não haverá como fazê-lo sem atacar o consumo.
Sobre o México, por exemplo, uma ideia errada culpa a repressão por explodir a violência na guerra contra o narcotráfico. Mas até este governo americano, o mais liberal (na acepção deles) da História, já admitiu: o gigantesco mercado ao norte do Rio Grande é quem abastece a guerra civil ao sul.
Não é polêmica nova. Ela já existe nos níveis municipal e estadual. Pois a encrenca costuma estourar mesmo é na mão de prefeitos e governadores.
Mas cai bem que a coisa venha para o plano federal. A droga está longe de ser problema localizado.
Fará certo a presidente Dilma Rousseff se resolver incluir a internação compulsória na política nacional para o tema. A droga nesse nível de consumo e degradação é doença grave e precisa de tratamento.
Manter na rua alguém afetado em tal grau é foco de disseminação do problema, e precisa portanto ser atacado.
E seria um passo vital para desglamurizar o consumo.
O debate sobre a droga entre nós recebe atenção e espaços crescentes. O problema avança e anda de mão dadas com a violência e a criminalidade. Já foi ao arquivo a ideia ingênua de que o crime é função principalmente da pobreza.
Qualquer mapa da pobreza mostra não ser assim. As áreas mais pobres não são as de maior número proporcional de crimes, ao contrário.
Os rankings são liderados pelas regiões de mais crescimento econômico, e portanto com dinâmicas superiores na oferta de oportunidades e renda.
No governo Luiz Inácio Lula da Silva as regiões urbanas do Nordeste lideraram em dois quesitos: crescimento “chinês” da economia e explosão dos índices de criminalidade.
Se o crime decorre principalmente da pobreza e da falta de oportunidades, como explicar que onde mais cresce a economia é também onde mais acelera o banditismo?
Não vale dizer que a causa está no aprofundamento da desigualdade, pois este governo reivindica ter feito o contrário, ter promovido crescimento com desconcentração de riqueza.
O crime é, estatisticamente, fruto do cruzamento entre a oportunidade de delinquir e uma menor probabilidade de punição. Encontra ambiente favorável onde sobe a disponibilidade de dinheiro e onde decresce o risco de ser punido pela infração.
E quando as duas coisas andam juntas, então...
O consumo cria o mercado para o tráfico de drogas, que produz em paralelo o mercado para o tráfico de armas. E não haverá como combater um elo da cadeia sem enfrentar os demais.
A leniência diante do consumo das drogas frequenta o noticiário e os debates intelectuais. Tem sido em tempos recentes passaporte seguro para políticos desejosos de uma recauchutagem “progressista”.
É tática confortável, pois não precisam nesse tema enfrentar banqueiros, latifundiários ou potências neocoloniais para desfilar como portadores de teorias supostamente avançadas.
Já para o país, importa mais é proteger nossos jovens da contaminação, combater a criminalidade, cuidar das fronteiras por onde passam as drogas e as armas. Coisas assim.
E não haverá como fazê-lo sem atacar o consumo.
Sobre o México, por exemplo, uma ideia errada culpa a repressão por explodir a violência na guerra contra o narcotráfico. Mas até este governo americano, o mais liberal (na acepção deles) da História, já admitiu: o gigantesco mercado ao norte do Rio Grande é quem abastece a guerra civil ao sul.
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