Coluna econômica




Há consenso mundial de que o Brasil será o celeiro do mundo nas próximas décadas, ator central na produção de alimentos para dar conta do aumento exponencial do consumo – devido à incorporação das grandes massas globais no mercado.

Nos anos 70 emergiram os grandes produtores de açúcar, os chamados "barões da cana", especialmente na região de Ribeirão Preto. Houve incursões internacionais audaciosas, como da Copersucar – presidida por Jorge Wolney Atalla, adquirindo o Açúcar União e fábricas nos Estados Unidos.

A aventura não deu certo. Faltava estrutura de gestão administrativa, financeira, quadros com experiência internacional. O Brasil ainda não alcançara a maioridade.

Depois, o setor passou por um conjunto de crises devido aos sucessivos planos econômicos, à política de apreciação cambial e ao desmonte da política de crédito rural, em meados dos anos 90, sem colocar novos instrumentos no lugar.

As grandes transformações ocorreram nos anos 90. Frutificaram iniciativas pioneiras, como a soja de Mato Grosso, levada por Olacyr Moraes; a tecnologia do cerrado. Alem disso, a política cambial do Real provocou enorme êxodo rural, levando à concentração no campo; houve crises sucessivas nas usinas de açúcar, obrigando à consolidação do setor.

Nos últimos dez anos, o setor experimentou um salto sem precedentes. Novos atores entraram em cena, com visão financeira e estratégica, percebendo a importância de controlar a distribuição. Foi o que motivou a Cosan a se associar à Shell; a Friboi a adquirir a Swift e assim por diante. E também usineiros a recorrerem ao mercado de capitais para consolidação do setor.

Essa mesma visão estratégica levou o ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi a fechar o pacto de Cuiabá com um conjunto de ONGs ambientais, sabendo que qualquer problema com o meio ambiente fecharia os mercados europeus.

Chegou a hora, agora, do setor começar a pensar estrategicamente. Não dá mais para se escudar na bancada ruralista pensando apenas no imediato. Tem que montar um centro de inteligência estratégica, à altura da relevância que começa a assumir no cenário mundial.

Essa inteligência precisa, primeiro, identificar as vulnerabilidades – insumos fundamentais dos quais o Brasil não é autossuficiente. Depois, montar trabalhos consistentes sobre as principais prioridades na área de logística e infraestrutura.

Um passo adiante será começar a trabalhar maneiras de se acoplar à diplomacia comercial brasileira. Não basta exportar etanol: tem que se buscar o mercado externo levando usinas, tecnologia e capitais brasileiros..

O aumento das famílias, a divisão das terras, promoveram diversos ciclos migratórios que ajudaram a ocupar o Brasil. Foi assim com os mineiros que desbravaram o Paraná, os gaúchos que desbravaram o centro-oeste, os sul-mineiros que foram para o cerrado.

Agora, esse transbordamento se dará para países vizinhos e tropicais. Fazendeiros brasileiros já exploram fazendas em Angola; usineiros já produzem na América Central. É a agricultura brasileira começando a conquistar o mundo.

Emprego industrial varia -0,1% em julho

O emprego industrial registrou variação negativa de 0,1% durante o mês de julho frente ao período imediatamente anterior, segundo a série livre de influências sazonais divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em junho, a taxa também ficou em -0,1%. O acréscimo apresentado pela produção em relação ao ano passado foi o décimo oitavo resultado positivo consecutivo nesse tipo de confronto, mas o menos intenso desde fevereiro do ano passado (0,8%).

Inflação avança em todas as capitais

As sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o cálculo do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) ampliaram seus resultados na primeira semana de setembro. Os resultados mais expressivos na semana foram registrados em São Paulo (alta de 0,46 ponto percentual, de 0,39% para 0,85%) e em Recife (alta de 0,43 ponto percentual, de 0,21% para 0,64%). Na ocasião, o indicador fechado chegou a 0,74%, alta de 0,30 ponto percentual sobre a última apuração.

Obama anuncia propostas para recuperar economia dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divulgou uma proposta no valor de US$ 447 bilhões para reativar a criação de empregos no país. As medidas consideram cortes de impostos para pequenos negócios e a classe média, além do aumento da tributação sobre as grandes empresas e os mais ricos. A proposta também inclui um pacote de ajuda para a infraestrutura de transporte e a reconstrução de escolas, entre outros pontos.

Demanda do consumidor por crédito aumenta 8% em agosto

O número de pessoas que procuraram crédito em agosto aumentou 8% ante julho, segundo a consultoria Serasa Experian. Em relação a agosto do ano passado, a procura aumentou 14%. No acumulado do ano, a alta ante o mesmo período de 2010 chega a 13,1%. O maior aumento da procura por crédito foi verificado entre os consumidores ganham até R$ 500 por mês (12,4%). Todas as regiões brasileiras tiveram crescimento da busca de crédito, com a maior alta no Nordeste (20,3%).

Prévia do IGP-M começa setembro em 0,43%

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 0,43% na primeira prévia de setembro, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), e superou o resultado de igual período do mês anterior, que foi 0,22%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) aumentou de 0,28% para 0,49%. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu de 0,07% para 0,42%, puxado pelo avanço de cinco das sete classes de despesa. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) caiu de 0,16% para 0,10%.

Safra agrícola deve bater recorde em 2011

A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir 159 milhões de toneladas, segundo o oitavo levantamento referente ao setor divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O montante supera em 6,3% a safra recorde de 2010, que totalizou 149,6 milhões de toneladas, e é 0,1% maior do que o previsto em julho. A área a ser colhida em 2011 chega a 48,8 milhões de hectares, apresentando acréscimo de 4,9% em relação à de 2010.

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