2. Mas dependerá do talento dos governantes que essas correntes retrógradas não cresçam e que a Europa retome o caminho indicado por Jean Monnet, De Gasperi, Adenauer, Spaak, Brandt, Mitterrand, Kohl e Felipe González, entre outros protagonistas das várias fases deste longo meio século de vida comunitária. Atualmente aqueles talentos são escassos.
3. As tentações nacionalistas surgem na Europa, assim como o renascimento de uma forma de fazer política, como na Argentina, que nos remonta há 60 anos. O risco, ou melhor, a armadilha do anacronismo está vinculada com as políticas adotadas por um persistente estilo de governo, agora imerso em um ambiente de crescente escassez de recursos.
4. Os funcionários, tributários de diferentes grupos, operam a golpes de telefone, mediante decisões bruscas e inesperadas, tidas em certos casos de autoritarismo, que submetem aos agentes econômicos os rigores de ordens que não se discutem. Se, como dizia Giovanni Sartori, as democracias atuais converteram o governo de direito em governo dos legisladores, nós estamos entrando no terreno pantanoso do governo da burocracia politica e de suas esferas de influência.
Natalio Botana, politólogo e historiador - La Nacion, 17
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