Na The Economist um FHC contraditório
Publicado em 24-Jan-2012
Em entrevista ao blog da revista britânica The Economist - já no ar - o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mostra-se contraditório: ataca as alianças que constituiram a base aliada e sustentaram a governabilidade nas gestões dos presidentes Lula e Dilma Rousseff e aponta-as como responsáveis por eventuais malfeitos surgidos na administração.
Como se ele não as tivesse feito nos oito anos em que foi presidente com diversos partidos, entre os quais o PFL de triste memória, hoje DEM, que indicou seu vice-presidente nos dois mandatos.
Contraditório porque em seguida FHC se contradiz, apontando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como melhor candidato ao Planalto em 2014 do que José Serra, exatamente pela capacidade do mineiro de ser mais hábil e mais aberto ao fechamento de coligações e alianças político-partidárias.
Tem razão, Aécio governou Minas à base de alianças
Nesse ponto, ele até tem razão, já que Aécio governou Minas por oito anos na base de alianças em troca de cargos, emendas parlamentares e contratos, além da cooptação da mídia via gastos de publicidade/propaganda e pressões políticas e comerciais.
Aécio e todos os governadores tucanos governam à base de alianças político-partidárias, como fez o próprio FHC presidente e fazem os governadores tucanos de São Paulo, Geraldo Alckmin, do Paraná, Beto Richa, e de Minas Gerais, Antônio Anastasia, para ficar em apenas três exemplos.
FHC mesmo diz que Aécio é preferível como candidato a presidente em 2014 e melhor que Jose Serra pelas alianças partidárias que tem capacidade de fazer. Como ele, FHC, fez em seu governo que, ao contrário do que afirma, foi sim um governo de grandes escândalos - só a síntese destes totaliza nada menos que 64 escândalos.
FHC fala "num e noutro escândalo" de seu governo. Foram 64
Que dentre outras consequências resultaram, sim, na queda de muitos ministros na era FHC sob o silêncio do Ministério Publico, numa época de inexistência de controle interno da Controladoria Geral da União (CGU) e externo, do Tribunal de Contas da União (TCU), ninho tucano que então não dava um pio.
Na era FHC toda e qualquer tentativa de CPI era imediatamente abafada. Basta consultar os dados históricos e até mesmo a mídia, ainda que esta seja, e sempre tenha sido, tão simpática aos tucanos. E só agora, em artigos, entrevistas e nesta conversa com o blog da The Economist, FHC vê e fala de corrupção sistêmica e atribui o que vê a alianças político-partidárias!
Vejam o post Uma entrevista explosiva, uma lavagem de roupa suja em público.
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