Já que tais crimes voltam à baila, por que não se faz uma AUDITORIA HONESTA e sem rabo preso?
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Amanheci 2012 com o livro "A Privataria Tucana" sobre a mesa. No decorrer de dezembro, recebi muitas mensagens sobre essa obra. Mas, como temia tratar-se de um reles panfleto, estava disposto a ler outros livros antes, - a fila é grande e o tempo, incrivelmente, pequeno - não me motivei para esse levantamento do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
Uma notícia divulgada pelo site "Comunique-se" e a informação de que a Executiva do PSDB pretende processar o autor me fizeram mudar de idéia. O site informou que a revista VEJA deliberou não incluir esse livro entre os mais vendidos, contrariando informações de várias redes livreiras. Dois dias depois, voltou ao assunto, dizendo que, depois de sua matéria, a mesma revista se viu obrigada a relacionar "A Privataria Tucana" entre as publicações mais procuradas.
Foi então que minha mulher adquiriu o livro por R$ 27,00 na FNAC, já na véspera do ano novo. Passara em outras livrarias, no mesmo shopping, e fora informada que já havia esgotado.
No próprio dia 31, comecei a ler e registrei algumas impressões:
1. Não se trata de uma "obra completa" sobre os danos causados pelas privatizações-doações que não começaram com FHC.2. O que levou Amaury Ribeiro Jr ao assunto foi um conflito interno no PSDB, quando ele trabalhava no jornal ESTADO DE MINAS, ligado a Aécio Neves. Na ante-sala da campanha de 2010, pelo que se lê, José Serra produziu baixarias sob medida para garantir sua indicação à Presidência, sugerindo, inclusive, que o governador mineiro gostava de cheirar cocaína.
O material reunido pelo repórter tem origem nesse conflito de interesses. Com experiência em matérias policiais, ele acabou indo fundo na descoberta de uma lavanderia de propinas pagas no processo de privatização. Mas, até que a leitura do livro todo me prove o contrário, teve como alvo central o candidato José Serra, e não o processo de privatização que teve no governo tucano seu apogeu - com destaque para Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, que foi tesoureiro de sua campanha e operou pessoalmente algumas negociatas, especialmente nas empresas de telecomunicações. Isso me induz a acreditar no objetivo eleitoreiro de sua pesquisa.
Vou continuar lendo para conhecer detalhes de suas denúncias. Mas lamento desde já que esteja diante de uma obra incompleta e direcionada. Porque as privatizações-doações têm de ser criticadas HONESTAMENTE, alvejando quem participou da dilapidação do patrimônio público, seja tucano ou não.
A publicação desse livro agora pode ter o mérito de trazer de volta o debate HONESTO sobre a desnacionalização das empresas brasileiras, que continua vogando, embora sob o manto da mais bem elaborada discrição. Hoje, é temerário dizer que a Petrobrás é uma empresa estatal brasileira. Desde aquele agosto de 1997, quando Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei 9478/97, o monopólio estatal foi para os ares e a própria empresa envolveu-se num esquema de terceirização privatizante. A bem da verdade, os leilões que franquearam nosso petróleo a todo tipo de aventureiros, sem compromissos com nossa soberania – veja o caso da Chevron – tiveram maior incremento na era pós-tucana.
Agora mesmo, começam as privatizações dos aeroportos no mesmo ritual daqueles idos, enquanto o Código Brasileiro de Aeronáutica vai sendo violado, através da liberação por artifícios de espaços aéreos domésticos a empresas estrangeiras, as quais, aliás, já operam desproporcionalmente os vôos internacionais, contrariando as exigências de reciprocidade.
Já que os brasileiros estão mostrando interesse pelo livro sobre as peripécias do Sr. José Serra & Associados, creio ter chegado a hora de esgoelar reclamando a AUDITORIA das privatizações, tal como advogava quase solitariamente Leonel Brizola. É o caso mesmo de reclamar a reestatização de muitas empresas, principalmente as concessionárias que prestam péssimos serviços e só pensam no lucro, como aconteceu, em alguns casos, na Argentina.
Todo mundo sabe que empresas como a Vale do Rio Doce, a CSN e a Light passaram às mãos de grupos econômicos como descaradas doações. E que elas continuam se beneficiando de um guarda chuva oficial prejudicial sob todos os aspectos aos interesses nacionais.
No caso da Vale, como no "agro-negócio" o mal que se faz com a exportação de produtos sem valores agregados é um retrocesso perigosíssimo, influindo negativamente também no processo de DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS.
No comércio com a China, por exemplo, estamos importando o que precisamos e o que não precisamos para compensar as exportações de minérios e de soja: hoje, 25% do faturamento da Vale vem das vendas àquele país e é pago indiretamente pelos brasileiros, que assistem ao sucateamento da indústria nacional, aliás, por culpa também da miopia e ambição dos nossos empresários.
Bom, vou ficando por aqui: espero ter mais tempo para continuar lendo esse relato sobre A PRIVATARIA TUCANA. E para trocar idéias como você, cuja opinião me ajuda a compor o próprio raciocínio.
Debate Brasil Saiba como, acessando www.debatebrasil.com
Muito bom texto, estarei indicando seu blog na minha lista de blogs que sigo, visite o meu e o indique.
ResponderExcluirwwwsabereducar.blogspot.com
Briguilino, você leu o livro, ou continua recomendando apenas com base na orientação da organização criminosa PT?
ResponderExcluirA pergunta continua sem resposta: SE O QUE ESTÁ NO LIVRO É VERDADE, EM NOVe ANOS DE GOVERNO A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA PT NÃO TOMOU PROVIDÊNCIA. CONIVÊNCIA OU IM COMPETÊNCIA ?
Responde aí Briguilino.