Neste momento, as operadoras estão nuas, as vísceras à mostra. Arrebentaram as veias cândidas da população cansada de pagar mais da conta por um verdadeiro faz de conta. Não dá mais para esconder que compramos gato por lebre. Agora é oficial: o serviço está bichado.
Bem que a Anatel tentou dar cobertura à falta de cobertura dos aparelhos, bem que ela empurrou o caos com a barriga até quando deu. Porque boa parte do pessoal dessa agência reguladora foi recrutada nas teles, sob encomenda. Ou você não sabia?
Aí, justiça seja feita: a senhora presidenta deu uma senhora dura nos cabeças da Anatel, que desfrutam de um mandato de 4 anos e, portanto, não estão nem aí para os truques que operavam sobre o existencial do cidadão, oferecendo um tal tipo de compensação que revestiu o aparelhinho multiuso em uma espécie de símbolo fálico numa sociedade de consumo imatura e facilmente susceptível aos encantos dos cantos da sereia.
O caos é muito mais grave do que aflorou nesses dois últimos dias. E não é só por causa das sombras que inviabilizam comunicações. O "X" da questão é a roubalheira de que são vítimas os consumidores sem ter como se queixar diante da inoperância do atendimento à distância.
Roubalheira, sim. Formação de quadrilha. Pacto para enganar os incautos. A prática é própria dos picaretas inescrupulosos: fazem contratos por telefone ou na própria loja, o cliente não tem por hábito ler, mas se tiver não faz diferença.
Quando não vale o escrito
Não vale porque o colchão de sustentação da impunidade é regado a muita propina e gentilezas. Gentilezas que começaram quando o celular era privilégio de uns poucos. Naqueles idos, tão logo meteram a mão nas redes encontradas, que sofreram muito pouco de modernização, trataram de presentear jornalistas e autoridades da área com aparelhos e outras guloseimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário