Os números mentem


 Em plena temporada de greves, 77% da população apoiaram a maneira de a presidente Dilma governar. Como ela enfrentou com dureza as paralisações no serviço público, a conclusão surge óbvia: o povão detesta greves, em especial quando se fazem contra ele e não contra os patrões. 
     
Junte-se a esses percentuais outro tão  importante quanto: 62% dos consultados acham o governo ótimo ou bom. Resultado: é o PT que  anda na baixa, com o mensalão, jamais o governo ou sua chefe.
                                              
Tudo conduz a projeções favoráveis à reeleição da presidente, claro que se tudo continuar como está. Mesmo sem querer, Dilma vai-se desgarrando do partido do qual nunca fez efetivamente parte. Fica a pergunta: acontece o mesmo com  relação ao Lula?

A resposta é não. Os laços entre a sucessora e o antecessor permanecem férreos, seja por gratidão, seja por estratégia, já que a experiência do Lula  constitui trunfo de vastas proporções.                                               Logo começará a segunda metade da  administração federal e a prática indica poucas ou nenhuma mudança no estilo de Dilma administrar. Não há sinais de que pretenda promover sensível  reforma no ministério, ainda que em 2014,  ano das eleições gerais,  certos reajustes se tornem necessários. A chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, é candidata ao governo do Paraná. Aloísio Mercadante, da Educação, e Marta Suplicy, da Cultura, disputarão a indicação do PT para o governo de São Paulo. Edison Lobão, das  Minas e Energia,  concorrerá ao governo do Maranhão, assim como parece provável que Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, ao governo do Rio Grande do Norte.

Em toda situação  política deve-se considerar o reverso da medalha. Suponha-se o  agravamento das dificuldades econômicas. 

A fuga de investimentos externos, que já começou. Uma imprevista onda inflacionária. A eclosão de dificuldades regionais impulsionadas por governadores da oposição.   Catástrofes super-dimensionadas  da natureza.  Fracasso na organização da Copa do Mundo de futebol.  E quantos inusitados a mais, em condições de inverter o pêndulo das previsões? Os números não mentem.

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