No Supremo é assim, agora: na dúvida, pau no réu. Na vida real, é assim: na dúvida, com o Lula


O Nunca Dantes derrotou o principal líder da oposição.

O Nunca Dantes derrotou o principal líder da oposição, que jogava em casa, com a plateia dele.

O Nunca Dantes derrotou a extrema-direita mais obscurantista, o malafismo medieval.

O Nunca Dantes derrotou a campanha mais baixa, mais suja da República.

O Nunca Dantes ganhou em São Paulo capital e no cinturão vermelho em torno da capital, logo, do Palácio dos Bandeirantes.

Caiu a Stalingrado tucana.

O Nunca Dantes ganhou em 68 cidades de São Paulo – o que nunca tinha acontecido antes.

O Nunca Dantes botou a batata do Alckmin pra assar.

Falta cair Moscou.

O Nunca Dantes derrotou o único ideólogo da extrema direita, o Farol de Alexandria.

Ele é um jênio: disse que o PSDB precisa renovar-se e considerou que Cerra foi um bom candidato.

O Nunca Dantes derrotou o Supremo.

Derrotou a cronologia do julgamento do Supremo, afinada com a Superintendência de programação da Globo.

O Nunca Dantes derrotou o Ayres Britto, que organizou os prazos e as datas.

O Nunca Dantes derrotou os 18′.

A mais deslavada tentativa de Golpe da Globo: 18′ na ante-véspera da eleição, para ferrar o Haddad.

Foi uma derrota acachapante, a tal ponto que o filho do Roberto Marinho deveria mandar o Ali Kamel embora, pra escrever “Memórias de uma Guerra Suja – II”.

O Nunca Dantes fincou a bandeira do PT na classe média paulistana.

O partido do Nunca Dantes passará a comandar a maior parcela dos orçamentos municipais do país – e, portanto, governar para os pobres.

O partido do Nunca Dantes sai da eleição com a vitória sobre o maior número de eleitores do país – logo, um eleitor com mais chances de votar na Dilma do que no Padim Pade Cerra, o eterno candidato da Globo.

O principal partido da oposição, os tucanos, encolhe desde 2000.

Ou seja, Cerra é o Jim Jones do partido.

O Nunca Dantes saiu engrandecido da eleição.

A derrota de Haddad seria um tiro no peito.

Por isso o PiG (*) e o Supremo se uniram, no tempo e no espaço.

No Supremo é assim, agora: na dúvida, pau no réu.

Na vida real, é assim: na dúvida, com o Lula.

Em tempo: um pedaço da vitória do Nunca Dantes e do Haddad se deve ao trabalho de José Dirceu, o arquiteto da obra do PT amplo, fora do gueto que o professor Wanderley chamou de “sindicalismo messiânico”. Essa obra foi tão profunda – clique aqui para ler o que disse o André Singer sobre “o  reformismo do Lula vai durar muito tempo” – que é preciso algemá-lo diante das câmeras da Globo. 
Paulo Henrique Amorim

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