Os erros dos mercenários analistas políticos pagos pelo pig


por Bob Fernandes
Análises e discussões sobre quem ganhou e quem perdeu com as eleições em 5 mil 564 municípios do Brasil. Essa é a hora certa. Um grande número de analistas e demais "listas" errou feio. Porque apostaram nos seus desejos, alardearam suas escolhas como se fossem fatos. O eleitor, esse teimoso, mais uma vez não concordou. Vamos aos números, a Sua Senhoria, o fato.
O PSB, partido que tem no comando Eduardo Campos, governador de Pernambuco, tinha 308 prefeituras. O PSB ganhou mais 125 prefeituras. O PT, que tinha 550 prefeitos, ganhou outras 77 prefeituras. O PSD tinha uns 257 prefeitos que escaparam do DEM. O partido do Kassab ganhou. Tem agora 493 prefeituras. O PMDB tem 1020 prefeitos; perdeu 73 nas urnas. O PSDB, que tinha 787 prefeitos, perdeu 95 prefeituras.
Agora, as batalhas do 2º turno. Entre outras, a do PT e PSDB em São Paulo, encarniçada disputa a envolver José Serra e Fernando Haddad. O PSDB, que em 2008 disputou dez segundos turnos, agora concorrerá em 16 municípios. O PT, que em 2008 foi ao segundo turno em 15 cidades, vai disputar 21 prefeituras.

O PSB cresceu também em Minas Gerais, e avançou no Sudeste. José Roberto de Toledo e Daniel Bramatti, do Estadão, que levantam e manejam variadíssimos dados, observam o que pode ser óbvio para quem é do ramo, mas não é para leigos, para os comuns: existe forte correlação entre a eleição de prefeitos num determinado partido, região, cidade, e os deputados ungidos na eleição seguinte. Portanto, Eduardo Campos é um dos que se fortalece para 2014, seja para o que for.
Outro que sai das urnas fortalecido para 2014 é Aécio Neves (PSDB-MG). Marcio Lacerda, reeleito prefeito de Belo Horizonte, foi candidato de Aécio. Lacerda é do PSB de Eduardo Campos. Aécio e Campos são parceiros e amigos. Eduardo Campos ampliou o espaço para seus movimentos pendulares entre o governo Dilma e a oposição. 
Hora, também, de avaliar o efeito que teve nas urnas o julgamento do chamado "mensalão".
Os efeitos, ao longo do tempo e de várias formas, são e serão maiores do que apregoam Lula e os governistas. E os efeitos, no curto prazo, foram muito menores do que alardeou e desejava a oposição. Os números estão aí. São os fatos. Com 17 milhões e 200 mil votos, o PT tomou do PMDB (16 milhões e 700 mil votos) o posto de partido mais votado do Brasil. Em terceiro lugar, o PSDB, que teve 13 milhões e 900 mil votos.
Eleitores, por evidente, não querem roubalheira. Mas os eleitores não são os néscios que tantos e tantas imaginam. Eles sabem como, de maneira geral, é feita a política no Brasil. É óbvio que o eleitor decente rejeita "mensalões", seja de quem for. Mas o eleitor conhece seu ecossistema político-partidário melhor do que ninguém. Em cada uma das 5 mil 564 cidades do Brasil os cidadãos sabem, por exemplo, quem leva e quem não leva.
Certamente por isso, os eleitores quiseram saber, também, e ao que parece antes de tudo, dos problemas do seu cotidiano. Celso Russomanno (PRB) perdeu para um variado, amplo conjunto de ações de adversários diante das suas fragilidades pessoais e partidárias. Mas o que derreteu mesmo Russomanno foi algo mundano, do cotidiano dos cidadãos: as mudanças que propôs para o preço das passagens de ônibus, algo que ele mesmo não soube deixar claro.
Marcio Lacerda, em Minas, José Fortunati, no Rio Grande do Sul, e Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, tiveram vitórias espetaculares. Não foi obra do acaso, nem da marquetologia isolada: quando os três iniciaram suas campanhas para reeleição, eram apontados como prefeitos dos mais bem avaliados no Brasil.
O eleitor, mais uma vez, mostrou que erra quem imagina falar em seu nome. O eleitor mostrou que erra quem imagina tangê-lo pelo cabresto, seja político, pesquisador ou jornalista. Um dos recados que saiu das urnas de 5 mil 564 municípios foi esse: quem entende das cidades e dos seus problemas é o cidadão. Sua Senhoria, "O Eleitor".

Nenhum comentário:

Postar um comentário