As análises procuram entender o melhor caminho para a vitória no segundo turno, em função da forma de participação no processo do primeiro turno.
Para raciocinar, suponhamos uma eleição com quatro candidatos relevantes, ou seja, com força para influenciar no segundo turno. Mais que a posição formal de um dos candidatos derrotados no primeiro turno, o estudo aponta para o comportamento de seus eleitores no segundo turno.
De que forma o candidato C deve se comportar em relação aos candidatos A, B, e D no primeiro turno. Em primeiro lugar, há que se avaliar se há um favorito inevitável para o segundo turno. Se há, se deve polarizar com este já no primeiro turno e tratar com elogios os demais para atrair os votos dos eleitores desses no segundo turno. Esse comportamento implica em um risco, mas é o único que levará à vitória no segundo turno. Exemplo: Rio, eleição para prefeito em 2000.
Se não há um favorito, há que se escolher entre os demais aquele mais difícil de derrotar no segundo turno por maior capacidade de agregação e apontar para este as críticas e aliviar os demais com reconhecimentos e elogios, de forma a atrair os seus eleitores no segundo turno.
Exemplo de ballotage mal preparada. Na medida em que SP teria claramente uma eleição com segundo turno, Serra deveria ter apontado suas baterias para Haddad e deixado Russomanno fazer solto sua eleição, dedicando a ele até elogios e compreensão. Estava claro que Russomanno seria um candidato mais fácil de derrotar no segundo turno que Haddad. Mas Serra apontou para Russomanno e abriu caminho para Haddad e para a derrota no segundo turno.
Exemplos de ballotages bem preparadas:
- Haddad aplicou a mesma tática, mas sabia que seria mais fácil derrotar Serra no segundo turno.
- Fruet em Curitiba. Apontou para Ducci e deixou Ratinho Jr escapar em primeiro. Ambos se tornaram imediatamente favoritos no segundo turno.
Cesar Maia
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