Muito se fala em golpe pela blogosfera. Acontece que ele já está em curso faz tempo. O que não significa que o PT tenha se dado conta desse processo.
A pasmaceira institucional do Partido dos Trabalhadores, seus dirigentes e parlamentares, é de uma estupidez que nos dá arrepios.
O partido do governo que o povo brasileiro escolheu para dirigir os destinos do país não é capaz de se defender. Não o faz nem em relação ao partido e muito menos ao governo. Sobre os condenados, então, é de uma leviandade estarrecedora.
Digo isso porque filiado, militante e eleitor que se decepciona a cada dia e que não consegue enxergar qual a estratégia que se tem em mente numa lógica política de combate permanente da famosa luta de classes, prélio que está em curso há algum tempo. E o PT se limita a notinhas ingênuas e a profetizar crença nas instituições que o povo não enxerga, não percebe.
E o povo está certo, porque as instituições não estão cumprindo seu papel e tais atitudes são cristalinas, seja quando o Ministério Público se apresenta como carrasco impiedoso, aquele que não se basta com a Constituição da República e com a legislação penal do país, seja quando o próprio Supremo vai criando novas interpretações ao arrepio de nosso arcabouço legal.
Para não dizerem que não lembrei dos fatos, vamos combinar que o crime cometido pela tesouraria do PT e seus asseclas amestrados se denomina "Caixa 2", um crime eleitoral, porque não registrou na contabilidade própria e de maneira correta as dívidas de campanha que restaram a pagar nas eleições de 2002 e 2004. Um crime eleitoral, e que por ele deve responder.
Mas o que se viu durante todo o julgamento midiático foi a condenação de 25 réus por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. Todas as acusações do Ministério Público são falsas, e tal fato é do conhecimento até do mundo mineral. Basta lembrar que todos os documentos comprobatórios estão apensos no processo. Joaquim Barbosa entretanto fez suas escolhas, e caminhou pelo labirinto da irresponsabilidade institucional, agrediu a Constituição e se apresentou como Xerife auto proclamado e endossado pela mídia para fazer "justiça" a qualquer custo.
Cerca de 80 parlamentares - e outros candidatos não eleitos - que se beneficiaram do esquema montado por Furnas no mensalão tucano já foram expurgados daquele processo, sob a classificação do mesmo Caixa 2. E, pelo tempo decorrido entre crime eleitoral e apresentação da denúncia, aqueles acusados ficaram livres do processo por prescrição, conforme consta do pedido da mesma procuradoria geral, o que já foi aceito pelo Supremo.
Logo, eles não vão ser processados e não correm nenhum risco de condenações estapafúrdias como as que foram impostas na ação penal 470. O jornal de Belo Horizonte "NovoJornal" trouxe a lista com todos os nomes envolvidos naquele episódio, num documento assinado por Danilo de Castro – tesoureiro de campanha – cuja autenticidade foi reconhecida pelo Instituto de Criminalística.
Se isso não é justiça seletiva, talvez seja o critério de pesos diferentes para ações iguais.
Ainda há um financiador oculto, Daniel Dantas, que tanto no mensalão tucano como no petista se apresenta como financiador e garantidor de repasses que se destinavam ao pagamento de despesas não contabilizadas em campanha eleitoral, para buscar como contrapartida num e noutro caso a permanência dele como gestor dos fundos de investimentos que controlavam a Brasil Telecom, a Telemig Celular e a Amazônia Celular. Mas, além de se beneficiar com dois HC Canguru concedidos por Gilmar Mendes, em nenhum momento ele aparece como réu.
Agora, no apagar das luzes do julgamento, vem o procurador geral fazer uma jogada de pegadinha em conjunto com o relator da ação e presidente do Supremo. Para não levar o pedido de prisão imediata para análise do plenário, resolveram retirar a demanda da pauta para, dois dias depois, voltarem com o pedido de prisão imediata dos condenados, o que poderá ser deliberado monocraticamente pelo presidente do Supremo.
Não adianta nesse momento dizer que estão preparando um golpe contra a Câmara Federal e contra o expressamente definido na Constituição da República. Inez é morta! O jogo é jogado e ele já acabou. O golpe? Já foi concluído há tempos. Falta apenas fechar as cortinas desse teatro dos absurdos com a televisão cobrindo a prisão sob algemas de Zé Dirceu e Cia.
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