Eram 15h01 quando o jornalista Ricardo Noblat, colunista de O Globo, postou no Twitter a informação sobre um suposto novo apagão em Brasília. “Juro: acaba de faltar luz no lago sul de Brasília. Ontem foram 3 horas sem luz. Dessa vez não teve trovão nem raio nem granizo. Espalhem!”. Mais do que simplesmente noticiar, Noblat pediu para que seus seguidores disseminassem a informação. Quatro minutos depois, no entanto, veio a correção: “Voltou a luz. Veremos até quando”.
Na prática, o tuíte de Noblat sintetizou uma velha máxima do jornalismo: “Good news is bad news”, ou seja, notícia boa é notícia ruim. Seu apagão de quatro minutos foi tão frustrante, que o colunista deixou transparecer sua má vontade no “veremos até quando”.
O alarme de Noblat não seria uma notícia se não fosse parte de um movimento organizado. O “pibinho” e a economia são os novos motes de grande imprensa para tentar derrubar a popularidade da presidente Dilma Rousseff – o que não será tão simples num país onde o desemprego está na menor taxa em dez anos.
Na sexta-feira, dia 28, Eliane Cantanhêde resgatou o “especialista” Maílson da Nóbrega (aquele da hiperinflação) para atacar o “intervencionismo” de Dilma e de seu ministro Guido Mantega. Miriam Leitão retratou uma Dilma que teria sido abduzida e viveria numa espécie de realidade paralela. E Ancelmo Gois atingiu o ápice ao reproduzir uma suposta frase dita no Galeão: “Se alguém aqui votar em Lula ou em Dilma, é filho da puta!”.
Noblat foi além e noticiou um apagão de quatro minutos. Será que os especialistas em “mensalão”, agora convertidos em especialistas em economia, não estão exagerando na dose? E será que não é por isso que Nelson Motta não enxerga o declínio da influência dos chamados formadores de opinião?
Via Brasil 247
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