Quando a mentira vira uma doença


Nem sempre se pode dizer a verdade. Pequenas mentiras ou omissões fazem parte do dia a dia de qualquer um e são comuns na infância. Mas, algumas pessoas extrapolam o limite do aceitável ao confundir as mentirMitomania, as com a própria realidade. Especialista fala sobre o assunto
O longa VIPs conta com a atuação de Wagner Moura
O longa VIPs conta com a atuação de Wagner Moura, no filme ele é um grande mentiroso (Divulgação)
O personagem do ator Wagner Moura no filme VIPs – recém lançado no Brasil –, mostra um mentiroso que se faz passar por um grande empresário. Na história, baseada em fatos reais, a mentira parecia tão verdadeira que enganou a muitos. O longa-metragem retrata um desequilíbrio psíquico chamado de Mitomania, que na vida real é influenciado por fatores como a busca por aceitação.
O mitômano (pessoa que sofre desse desequilíbrio) possui tendência compulsiva pela mentira. Ele é capaz de usá-la em proveito particular ou em prejuízo a outras pessoas.
De acordo com a psicóloga e psicopedagoga Lídice da Matta, a mentira é comum, principalmente na infância.
“É preciso permitir o lúdico. Mas, não ultrapassar o limite do lúdico. Mentir faz parte da vida. A questão se torna patológica quando a pessoa começa a creditar que a mentira é a realidade. Às vezes começa na infância, quando a criança tem um mundo imaginário. Os pais devem perceber até onde essa mentira está evoluindo. O educador deve orientar nesse processo”,conta.
A mentira, o lúdico e a fantasia são parte da infância. Mas, podem acompanhar o comportamento das pessoas em outras fases da vida. “Às vezes se desenvolve na infância, na adolescência ou vida adulta como uma espécie de defesa ou para aceitação. Para ser aceito em um determinado grupo as vezes começo a mentir, mas chega uma hora que esse cerco começa a se fechar e as mentiras ganham proporções maiores. A pessoa já começa a criar coisas e é a primeira a acreditar nelas. Tudo começa de dentro pra fora”, revela.  
O tratamentoQuando as mentiras passam a ganhar ares de realidade é preciso buscar auxílio profissional. “É difícil a pessoa aceitar que está doente, que está precisando de ajuda. Esse deve ser o processo mais difícil: admitir que estou precisando de ajuda. Se começo a viver em um mundo de fantasia isso vai me prejudicar”, conta a psicóloga.
Lídice complementa dizendo que não há diferenças entre o tamanho da mentira. “Mentir, todo mundo mente. Não existe mentirinha nem mentirão, tudo é mentira”, enfatiza.
LEANDRO TAPAJÓS

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