Redes sociais criam uma nova profissão


Com a expansão das empresas nas redes de relacionamento firma-se no mercado um novo profissional: o especialista em mídias sociais.

Por Adriana Polizell

Se até bem pouco tempo atrás as redes sociais surgiam como um instrumento eficiente para conseguir emprego e manter viva uma rede de relacionamentos, agora mídias como Twitter, Orkut, Facebook, Blog, Linkedin, Flickr, Youtube passaram a ser, elas próprias, geradoras de empregos.

Isso porque as empresas já perceberam que não poderiam ignorar o fenômeno e passaram a contratar profissionais para administrar sua presença nas redes sociais. Cada vez mais as redes sociais fazem parte dos negócios, seja para divulgar a marca, os serviços e produtos ou se aproximar dos clientes. Assim, entra em cena o profissional habilitado para dominar essas mídias e atuar estrategicamente em favor da empresa.

O gerente de Mídias Sociais da Tecnisa, Roberto Aloureiro, começou a atuar na área há dois anos, sem grandes expectativas. Mas Aloureiro soube aproveitar o espaço disponível, colocando sua empresa na posição de uma das mais bem-sucedidas em redes sociais, conquistando diversos cases de sucesso.

"Todo mundo acha que é a profissão dos sonhos, como se se restringisse apenas a navegar de rede social para rede social. Mas o trabalho é muito sério e tem o poder de impedir uma crise, entender a opinião do cliente, divulgar a marca e os produtos, entre outras vantagens".

De acordo com Aloureiro, para se dar bem na profissão é preciso ser multidisciplinar, gostar de pessoas, ser comunicativo, ter bom senso, conhecer o consumidor, dominar as diversas redes, entender de design e saber se relacionar no mundo real.

"Se a pessoa for antissocial e não souber se relacionar fora da internet isso se refletirá no mundo virtual", afirma. É importante também que o profissional tenha uma formação acadêmica. As graduações mais comuns desses profissionais são em jornalismo, relações públicas, publicidade, marketing, administração ou tecnologia da informação. Porém o mais importante, segundo Aloureiro, é gostar de tecnologia, independentemente do curso.

O gerente de Mídias Sociais da Tecnisa aposta na área e vê a profissão se tornar uma das mais requisitadas num futuro bem próximo. "Creio que o marketing online daqui a pouco tempo certamente será feito exclusivamente por meio das redes sociais. Banners, e-mails marketing e outros veículos semelhantes não terão mais sentido".

No que se refere à remuneração, os salários variam de R$ 1 mil a R$ 3 mil para iniciantes e podem chegar até R$ 10 mil para os experientes.

Segundo uma pesquisa da consultoria Deloitte feita com 302 empresas brasileiras, em fevereiro deste ano, 70% delas fazem monitoramento online e 55% recorreram a um profissional para cuidar do setor. Isso significa oportunidades de emprego à vista.

Saber usar as redes sociais

Os profissionais do Brasil são os que mais utilizam as redes sociais, tanto para o trabalho quanto para atividades pessoais. É o que aponta um estudo realizado pela Unisys em parceria com o IDC (International Data Corporation).

E metade das empresas brasileiras controlam o acesso de seus funcionários no local de trabalho. De acordo com uma pesquisa recente da TIC empresas 2009 - 5ª Pesquisa sobre Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil, 66% delas restringem o acesso a alguns tipos de páginas na internet, sendo 48% redes sociais.

Para Aloureiro, essa não é a conduta ideal. "Todo mundo está na rede. As empresas não precisam proibir a utilização dentro ou fora da empresa, mas devem instruir. A dica é saber usar. As pessoas precisam ter inteligência e saber que não se pode falar tudo. O funcionário precisa saber que a empresa está de olho no comportamento dele no mundo virtual", aponta.