Artigo semanal de Delúbio Soares

A DÉCADA EM QUE O POVO VENCEU 
Os últimos tempos tem sido um amontoado de más notícias e de indicadores negativos. Mas, para os que não acreditam no Brasil, é bom deixar claro. A turma do contra, os que torcem pelo pior e apostam na derrocada de um país que já encontrou o seu caminho, está em pânico. Essa é a verdade dos fatos.

O preço que os governos petistas devem pagar pela ousadia das profundas transformações que realizam na sociedade brasileira, é muito alto. A mentira - através da calúnia, da injúria e da difamação - é o menor deles, por mais incrível que pareça. Nós, que vencemos em 2002, 2006 e 2010, criamos o que Konrad Adenauer chamava “couro de elefante”, ironizando a fortaleza necessária aos ataques recebidos da reação e dos que não se conformam com a vitória da modernidade sobre o arcaico, do progresso sobre o atraso, do amanhã sobre o ontem.

A ladainha negativista de grande parte da mídia, engajada num projeto político de desestabilização dos avanços alcançados pela sociedade brasileira desde a eleição do presidente Lula, não tem conseguido, senão, gerar intranquilidade. Serve, quando muito, para mistificar a realidade e conspirar contra o Brasil de hoje, potência ascendente do século 21. Na ausência de um projeto alternativo de país, combatem cegamente um modelo de avanço social que retirou da miséria 40 milhões de brasileiros.

Para cada filigrana anunciada com ares de escândalo, temos um indicador potente. Para cada mentira, uma verdade. Para cada mesquinharia, uma realização de governo. Representamos nós do PT e dos partidos da base aliada, nos dois mandatos do presidente Lula e no presente governo da presidenta Dilma, o Brasil vencedor que superou as três quebradeiras no governo de FHC (o que rastejava nos balcões do FMI...) e ganhou imensa respeitabilidade no cenário mundial. Ou será que uma página cinzenta de nossa história, de arrocho salarial, descrédito internacional, queima irresponsável de nossas reservas cambiais, desemprego e inflação, será apagada da memória coletiva num exercício de cinismo e de proteção ao desgoverno do PSDB?


Em 2003, ao assumir o governo de um país em frangalhos, o presidente Lula encontrou o Brasil mergulhado na mais profunda recessão econômica e purgando um quadro de exclusão social deplorável. Em dois mandatos, Fernando Henrique Cardoso e sua turma haviam optado clara e decididamente por um modelo perverso, absolutamente desumano, onde uma minoria de não mais de 30 milhões de brasileiros aquinhoados (os do topo da pirâmide social) usufruiriam de um país rico, mas injusto, e de suas potencialidades doadas em um processo de privatizações lodosas. O “resto”, ou seja, nós, os “outros” 170 milhões de cidadãos excluídos pelo tucanato, viveríamos à míngua, como servos da gleba, num país com muito pouca gente rica demais e muitíssima gente paupérrima! Essa a fórmula degradante posta em prática nos oito anos do experimento neoliberal do professor Fernando Henrique e do PSDB. O resultado? Um Brasil destroçado, sem crédito, sem respeito internacional e sem horizontes de vida.

Um de nossos mais respeitados intelectuais, engajado na luta por um país mais justo e conhecido tanto por seu saber quanto por sua combatividade, o brilhante professor Emir Sader se uniu à respeitada filósofa Marilena Chauí, uma das mais lúcidas cabeças de nossa vida acadêmica e também militante das causas populares, e organizaram um livro fundamental: “LULA e DILMA – 10 ANOS DE GOVERNOS PÓS-NEOLIBERAIS NO BRASIL” (Boitempo Editorial – Flacso Brasil), historiando a década vencida pelo povo brasileiro através dos governos populares por ele eleitos.

Companheiros de luta, sindicalistas, personalidades e Intelectuais respeitados e com claros compromissos com o país e seu povo, como Ana Maria Costa, Artur Henrique, Bernardo Mançano Fernandes, Dalila Andrade Oliveira, Eleonora Menicucci de Oliveira, Glauber Piva, Jorge Mattoso, José Luís Fiori, Liszt Vieira, Luiz Gonzaga Belluzzo, Luiz Inácio Lula da Silva, Luiz Pinguelli Rosa, Márcio Pochmann, Marco Aurélio Garcia, Nélson Barbosa, Pablo Gentili, Paulo Vannuchi, Renato Cader, Renato Ferreira, Sérgio Machado Rezende, Tania Bacelar de Araújo, Venício A. de Lima, recordam o que aconteceu no Brasil, na América Latina e no mundo na última década, além de não se esquecerem de salientar as profundas transformações positivas ocorridas em nossa sociedade nos governos de Lula e Dilma.

Esse livro, documento histórico de um tempo onde o povo tornou-se o condutor principal de seu destino, é o retrato sem retoques de uma década de desafios, superações e conquistas. Sua leitura é a reafirmação de que por mais e melhor que façamos, ainda será pouco diante da grandeza de nosso país, dos desafios de seu destino de potência mundial e do merecimento de nosso grande povo.

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