"Você (Dilma) não tem que falar em reeleição, apenas governe. Quem tem que falar em reeleição somos nós, o partido." Assim, em seu estilo bem direto, que beira o informal, o ex-presidente Lula repetiu que não é candidato ao Planalto na eleição do ano que vem, que a nossa candidata é a presidenta Dilma Rousseff e que não adianta a oposição e certa mídia investirem em divergências entre ele e a sucessora, nem tentar separá-los.
"Eu não sou o candidato. Existe uma plena confiança entre nós dois, e a candidata é ela (Dilma)", disse o ex-presidente, para em seguida afirmar que a presidenta não deveria se preocupar com o tema nos próximos meses. Os presidentes Lula e Dilma falaram ao participar, ontem, em Curitiba, do seminário "O Decênio que Mudou o Brasil", comemorativo de uma década do PT no governo.
"Compartilhamos oito anos. Ficarei com ele (Lula) pelo resto da minha vida", respondeu a presidenta, ministra de Minas e Energia e depois chefe da Casa Civil nos oito anos de governo do antecessor. Os presidentes aproveitaram para abordar outro tema bem atual - a acusação dos adversários de que o governo, o PT e o ex-presidente Lula anteciparam a campanha eleitoral. "Quem quer antecipar campanha eleitoral é quem está fora do poder", completou a presidenta.
Poucos países investem tanto em infraestrutura quanto o Brasil
Ao participar em Curitiba da celebração de 10 anos de PT no governo, a presidenta Dilma, pelo segundo dia consecutivo - já havia tratado da questão na 4ª feira, em discurso no Planalto - acusou os "pessimistas de plantão" de tentar reduzir as esperanças dos brasileiros. "Os pessimistas de plantão tentam diminuir a fé e a esperança da população", frisou.
Para a presidenta, "o Brasil só começou a ser um país vencedor, porque venceu a luta do combate à miséria e transformou a vida das pessoas". Segundo ela, o país tem "absoluta clareza sobre o que fazer". "Há 10 anos consertamos uma economia com desarranjos estruturais", completou.
Também o ex-presidente Lula rechaçou a cantilena contínua da oposição sobre apagão logístico. "Poucos países do mundo - talvez só a China - têm investido tanto em infraestrutura como o Brasil", disse ele. O ex-presidente citou os programas de licitações de portos e aeroportos lançados recentemente pela sucessora Dilma e os investimentos previstos pela Petrobras no pré-sal.
Por isso, acentuou à plateia de petistas, "nenhum país do mundo tem uma perspectiva de futuro como o Brasil" e nenhuma nação está gerando a quantidade de empregos que o Brasil vem gerando. "Eu jamais imaginei estar vivo para vivenciar o Brasil com uma taxa de desemprego de 5,5% ao ano."
As perguntas que todos nós nos fazemos
O ex-presidente aproveitou para criticar a oposição, que, segundo ele, está enfraquecida e reclama da inflação sem razão. "Hoje (a inflação) é 5,8% ao ano. A deles' (era FHC) chegou em 70% ao mês. Quando eu ganhei a Presidência era 14%", afirmou. O ex-chefe do governo discorda da avaliação da oposição sobre a economia.
"Eu gostaria de saber, qual é a preocupação e a desconfiança que eles têm da economia brasileira? Qual é o problema que eles têm?", provocou. O ex-chefe do governo criticou, ainda, as agências de classificação de risco, dizendo que parecem avaliar "risco de especulação". "Nós temos gente no governo que tem competência para tomar as decisões corretas", afirmou.
Na sequência, citou o recém-lançado (4ª feira pp.) Programa Minha Casa Melhor, que prevê financiamento para móveis e eletrodomésticos, afirmando que não entende a preocupação dos adversários. "Quem incomoda eles? Será que é financiar geladeira, móvel, fogão? O que eles querem?", indagou.
José Dirceu
Off Topic
ResponderExcluirOs protestos dos últimios dias não devem se limitar aos aumentos dos transportes. Devem focar o abandono do governl. Não há recursos para educação etc. O governo do PT só se preocupa em se manter no poder a troco de pão (bolsa familia) e circo (Copa do Mundo). PT nunca mais.