A seletividade da denúncia e da informação na Rede Globo sempre existiu. (Eu não assisto mais a Rede Globo - desde o final de 2009).
A grande mídia costuma informar sobre qualquer assunto segundo sua ótica (visão política ou interesses políticos) e ainda pode omitir informações, notícias relevantes, conforme o seu interesse.
As Organizações Globo representada pela TV GLOBO, Revista Época, Jornal O Globo, Portal G1, Rádio CBN, etc. faz parte da grande mídia e pode veicular matérias sobre uma notícia importante, por exemplo: o Mensalão. Durante minutos seguidos, pode o seu telejornal, informar sobre os acusados e acusações do Processo e mostrar os detalhes do seu Julgamento pelo STF e ao mesmo tempo, pode negligenciar a informação de que existe outro Mensalão, anterior ao do PT e batizado de Mensalinho ou Mensalão do PSDB, um processo que não está tendo a mesma celeridade no STF.
A emissora veicula desde sempre notícias sobre o Mensalão aos seus telespectadores, ouvintes e leitores, trazendo informações básicas do seu surgimento, dos políticos envolvidos e das acusações. Já sobre o Mensalinho, pouco ou nada noticia, pelo fato dos indiciados serem seus aliados políticos. Veremos que as notícias veiculadas do Mensalão têm um viés mais de denúncias aos seus opositores do que de espaço para o equilíbrio entre a denúncia e o direito de defesa do sujeito que ela coloca como réu.
Durante a enumeração dos truques de edição ficará clara esta afirmação.
Conforme a ideologia política um sujeito ou partido está mais a mercê de ser denunciado do que outro sujeito ou partido pela emissora dos “marinhos”. Mesmo que o primeiro seja honesto e o segundo seja, comprovadamente, corrupto.
É interessante, um Best Sellers como A Privataria Tucana (livro que já vendeu mais de 120 mil exemplares - até 2012), do Jornalista Amaury Junior, denunciando com provas robustas (vários documentos oficiais anexados) como foi uma parte do processo fraudulento das privatizações de empresas públicas no Governo FHC; e colocando até familiares do Político José Serra do PSDB (incluindo sua filha Verônica Serra) em maus-lençóis não mereceu sequer uma reportagem investigativa por parte da emissora ou de seus jornais, revistas, rádios e portal. Nenhuma indignação, nem cobranças para a Justiça apurar se são verdadeiras as denúncias do livro. Nenhuma mudança de comportamento para com seu aliado político.
Somos diariamente levados a compreender o mundo de forma seletiva pela Rede Globo. A informação que for do interesse das Organizações Globo divulgada será, e a que não for do seu interesse será omitida.
Muitas pessoas honestas têm suas reputações manchadas por uma simples necessidade de destruir os inimigos de suas ideias, ou para favorecer políticos que defendam seus interesses. Além é claro de serem as Organizações Globo a porta-voz do Capitalismo e das Grandes Potências mundiais, dos grandes grupos econômicos mundiais no Brasil. Ela defende a ideologia do capitalismo central (o que não seria problema), se na sua defesa não se utilizasse de diferentes métodos ilegais, inclusive o da denúncia sem uma investigação precisa do que se acusa, da omissão de notícias ou da notícia apenas até a primeira página, da destruição de reputações de pessoas honestas e governos e governantes honestos, e até de posicionamentos antinacionalistas, etc. (Leiam na internet sobre a contenda Brasil X EUA sobre os subsídios americanos sobre o algodão e vejam como se posicionou as Organizações Globo).
É interessante observar um exemplo prático da destruição de reputação, o de Erenice Guerra, ex-assessora da Presidenta Dilma Rousseff, para compreender o Jornalismo das Organizações Globo.
Erenice Guerra foi acusada de diferentes irregularidades em 2010, no exercício da função de Ministra da Casa Civil, após Dilma sair candidata à Presidenta. Era na época da eleição presidencial, então a Revista Veja criou uma denúncia nem um pouco consistente de lobby e emprego de parentes no serviço público e as Organizações Globo repercutiram a notícia com toda a força, porque era uma maneira de privilegiar o candidato que a emissora simpatizava e ainda simpatiza: José Serra. Um ano e sete meses após as denúncias, o MPF - Ministério Público Federal arquiva o Processo contra a Ex-ministra por total falta de provas! E onde está a retratação pública para com a Ex-ministra Erenice, por parte das Organizações Globo? Caso semelhante ocorreu com o Ex-ministro dos Esportes Orlando Silva que foi, também, absolvido pelo MPF das denúncias que pululavam no noticiário da Rede Globo e associadas no ano retrasado.
A mola mestra das denúncias que fez com que a Presidenta Dilma trocasse Ministros nos seus meses iniciais de Mandato era desestabilizar seu Governo e não uma batalha anticorrupção.
Aliás, a corrupção dos seus aliados políticos é jogada para baixo do pano! Como exemplo temos o escândalo da inspeção veicular, sabem aquele selo que fomos obrigados a colocar no carro? Houve um grande escândalo de corrupção, na realização dessa inspeção, envolvendo políticos do Rio Grande do Norte e de São Paulo, incluindo o subchefe de gabinete da Casa Civil de José Serra, quando ele foi Governador do Estado de São Paulo, chamado João Faustino. O subchefe de gabinete da Casa Civil de José Serra foi até preso junto com outros aliados políticos, na Operação da Polícia Federal Sinal Fechado por causa da “controlar” e foi omitida a informação da íntima ligação do preso com seu aliado político, por parte da TV Globo. (Coloque essas duas palavras e leia mais a respeito: “escândalo controlar”; e muitos outros casos).
Viram a diferença de tratamento dado a Erenice e ao João Faustino pela Rede Globo?
Quem ouviu falar de João Faustino subchefe da casa Civil do Serra? Preso pela Polícia Federal? Se ouviu ou leu o nome dele em algum veículo de mídia das Organizações Globo, soube que era intimamente ligado a José Serra e que coordenou sua campanha para as eleições de 2010 no Nordeste? Sobre a Erenice todo mundo ouviu falar, só que esta foi absolvida por falta de provas. Os dois trabalhavam na Casa Civil, ela no Governo Federal e o João Faustino no Estado de São Paulo.
A informação do “escândalo da controlar” tivemos com detalhes, através da internet, em blogs de Jornalistas, que não mais fazem parte desse círculo fechado, que seleciona as informações a serem noticiadas e que podemos chamar de “grande mídia” ou “velha mídia”, como queiram, da qual as Organizações Globo é a mais forte representante.
Para este processo de ora informar ou ora desinformar, de informar até a primeira página ou de omitir a informação, de acusar uma pessoa sem provas consistentes, manchando sua reputação a emissora dos “marinhos” possui diferentes técnicas (truques jornalísticos).
Acabei listando um conjunto delas, técnicas que fui observando ao longo dos anos, ao assistir seus telejornais, até o final de 2009, quando definitivamente, abandonei quase por completo, a relação com as Organizações Globo em Jornal, Revista, Rádio, TV e Internet, excetuando a área esportiva, quando da falta de outra opção em assistir um evento esportivo; pelo desrespeito dela para com a informação a mais precisa possível, sem a seletividade da informação e pela parcialidade e viés da notícia.
Métodos básicos, que sempre assisti nos seus telejornais (lembrando-me, de memória, do tempo em que assistia com meu pai, já falecido, e em locais públicos, onde acabo assistindo porque está a TV ligada no canal):
1. Seleção. Corrupção no Governo, hospitais públicos com pessoas em leitos nos corredores, obras superfaturadas, etc. existem, quase sempre, nos Governos que ela não apoia; Os telejornais da Rede Globo selecionam os estados ou cidades das matérias. Quanto mais perto das eleições mais evidente fica este modo de agir.
Elogios são, na maioria das vezes, para administrações do DEM, PSDB, PPS e demais opositores do Governo Federal. Quase toda reportagem negativa está situada em um Estado ou cidade governado por quem ela não apoia ou na técnica de mostrar problemas em obras ou estabelecimentos “FEDERAIS” no Estado ou cidade oposicionista. Por que nos federais? Porque ela é opositora às ideias do PT e oposição ao(s) seu(s) Governo(s).
Na eleição de 2010, vendo o Jornal Nacional, próximo da época do voto, observei uma reportagem, apontando problemas na separação do lixo hospitalar no Hospital São Paulo da capital paulista, ele é administrado pelo Governo federal, pois, pertence à Unifesp - Universidade Federal de São Paulo. Fica a impressão de que a Rede Globo faz reportagens investigativas, denúncias em todos os estados e que só se encontram erros em obras e estabelecimentos do Governo Federal no Estado de São Paulo. 1***
1.1. Seleção do comentarista. Todo comentarista e especialista defende a mesma posição. A emissora tem um grupo de pessoas, que revezam nos seus microfones. Eles aparecem umas 8, 10 vezes ao ano, para dar uma disfarçada. No Jornal Nacional, de vez em quando via um Economista, homem de estatura média para alta, utilizava óculos, cabelo branco, peso normal e fala mansa. Vinha para dar respaldo a toda tese econômica da emissora.
1.2. Seleção da pergunta. Todo apresentador e repórter tem um tipo de pergunta e de atitude para com o entrevistado. Se for seu aliado, ameniza todas as críticas e faz perguntas para “encher a sua bola”. Se tiver outro pensamento político, aterroriza nas perguntas, não dá trégua ao entrevistado e busca emparedá-lo.
Em 2010. É só lembrar o tratamento dado pelo JN e seus apresentadores, nas entrevistas da campanha eleitoral. A DILMA quase foi fuzilada pelo apresentador e o SERRA parecia íntimo da casa. Ficou célebre a chamada que a Fátima Bernardes deu no Willian Bonner pela indelicadeza no tratamento de Bonner para com Dilma, vi na internet no dia seguinte ao ocorrido - foi quase um fuzilamento da, então, candidata, perante seus telespectadores. 2***
1.3. Seleção do momento de exposição. Alguns políticos, opositores às ideias da emissora, tem vez e voz na Rede Globo, em determinados momentos.
Se surgir uma denúncia contra o Governo Federal, um político da extrema-esquerda pode ser entrevistado, para falar mal do Governo. Não para expor suas ideias, estas não possuem espaço nos microfones da emissora.
Se for útil, em determinado momento, a exposição de um político e suas ideias, de um movimento social contrário às suas ideias, a emissora aceita sua presença diante de seus microfones, e depois, ao bel-prazer a emissora colocará o político ou o movimento social em total descrédito, como é o caso do MST, que do nada ficou, respeitado e conhecido no Brasil todo, por uma novela e foi para as páginas policiais da emissora algum tempo depois.
Como é o caso da Marina Silva e da Heloísa Helena, espécies de “quarentena” da emissora para atacar seus opositores, por terem saído do PT, seus adversários máximos, segundo a lógica da emissora. Quando precisaram delas para atacar o Governo LULA foi só tirá-las da quarentena e colocar na caixa de entrada. Depois, foi só jogá-las na quarentena novamente. Marina Silva, que teve até suas ideias políticas veiculadas, para tirar votos de Dilma Rousseff em 2010 e parece que querem traze-la para a caixa de entrada, por causa das eleições presidenciais de 2014. ***3
1.4. Seleção do entrevistado comum (Dissociação). Este truque consiste em dissociar a matéria dos entrevistados comuns, por motivos ideológicos. Um exemplo típico foi quando morreu o Cazuza. No enterro dele, escolheram senhoras, senhor e até criança para falar sobre a morte do Cazuza. O interessante é que as pessoas escolhidas não pareciam em nada com o espírito contestador e rebelde do cantor e optou-se, apenas em falar da batalha pela vida, por causa da AIDS. Eles foram escolhidos a dedo, porque falar da Rebeldia de Cazuza e de sua homossexualidade, dizendo o que realmente importava sobre o cantor e suas posições político-ideológicas, não se encaixaria nos interesses globais. Nem na vestimenta, nem na fala, nem na intimidade entrevistado e personagem da reportagem se pareciam. 4***
1.5. Seleção das imagens favoráveis e desfavoráveis. É comum, em período eleitoral destaca-se. Ouviram falar do debate para Presidente entre Collor e do Lula em 1989? A emissora editou a matéria sobre o debate. Filtrou cenas favoráveis ao Collor e desfavoráveis ao Lula para exibir no Jornal Nacional, na véspera da eleição. 5***
2. Omissão. Quando existe uma denúncia grave de corrupção no Governo, seu aliado, diz-se o nome do denunciado, mas se evita falar a sigla partidária; ou simplesmente, ignora-se o fato. E ainda, se acusam envolvidos, o Governante é poupado; já na corrupção dos seus opositores, o Governante opositor, tem partido e é suspeito de prevaricação.
Certo dia no Jornal local da noite, assisti no médico, houve uma reportagem com um Prefeito que recebia propina, o apresentador fez questão de falar o nome do partido do Prefeito: PMDB. PMDB - aliado do Governo Federal; PSDB - oposição. 6***
Obras inauguradas da oposição têm partido, belas imagens, sorrisos e discurso, vide a reportagem de inauguração de trecho do Rodoanel no Jornal nacional***7; quando é do Governo federal geralmente as Organizações Globo não anunciam, como foi o caso da criação do SAMU 2003, em que mostraram o LULA em uma fábrica automotiva do ABCD paulista discursando, mas não disseram o que ele tinha ido fazer lá: criar o SAMU; ou no caso da inauguração em SUAPE, Pernambuco, do Petroleiro Almirante Negro, um momento histórico de recuperação da Indústria Naval brasileira, que não foi motivo de reportagem para a Rede Globo.
3. Edição. Escolha de imagens para ilustrar um ponto de vista da emissora. Subjetividade e propaganda subliminar. A técnica dessa emissora é apurada.
Lembro-me da eleição de 1989, onde, na véspera da eleição, colocaram a imagem do Collor sentado em uma poltrona de couro, dentro de uma biblioteca, lendo um livro; e colocaram a imagem do LULA jogando bola na rua com o filho. Mais editado impossível, aquele era homem culto, preparado, este, um ignorante, que ocupa seu tempo livre jogando bola e pouco preocupado com o cargo que pleiteava de Presidente da República. 8***
Na última eleição presidencial, calhou de estar na padaria comendo Pizza, bem na hora do JN. E era uns três dias antes da eleição. Outra edição. Aparecia a DILMA toda suada em cima de uma caminhonete, de baixo de um sol enorme - parecia uma pessoa desesperada a caça de votos; enquanto isso o SERRA aparecia numa moderna sala de reuniões, discutindo "questões importantes" com uma bela assessora, se não falha a memória, sobre o escândalo da licitação combinada do metrô da cidade de São Paulo. Moral da história, idêntica a de Collor e de LULA - o SERRA com a imagem de quem decide as coisas, um homem preparado, sábio e sanando questões de corrupção; a DILMA, em desespero, buscando um último suspiro para ganhar alguns votos, uma candidata derrotada.
4. Divisão. Outro truque da Rede Globo é o truque da divisão. Ela coloca o Brasil, quando não gosta de uma decisão do Governo Federal em âmbito internacional, ao lado dos países que ela considera ser ditaduras, sempre as mesmas: Cuba, Venezuela e Bolívia (principalmente estes) + o Irã e a Coréia do Norte, países da Ásia. Em um assunto que casa as posições desses países e a do Brasil, dá-lhe divisão. De um lado a Europa, os Estados Unidos e o Japão; do outro o Brasil e as supostas ditaduras.
Pense em qualquer tema: o Irã e a bomba atômica. Quando o Brasil, no Governo LULA, defende que o Irã poderia utilizar a energia nuclear para fins pacíficos, fomos colocados no grupo dos países que defendem ditaduras e citaram os três países de sempre, como, também, partidários do direito do Irã utilizar do enriquecimento do urânio para a produção de energia nuclear. Nesse truque existe a omissão inclusa. Países como Israel, já possuem, até a bomba atômica, e são uma ameaça à paz no Oriente Médio, e não existe nenhuma menção do fato e grita para com eles, talvez, porque são aliados dos Estados Unidos.
É clássico o que vou dizer: em Países da África e a da Ásia há ditaduras, se forem aliados os seus Governantes aos Estados Unidos, mesmo que seja uma ditadura sanguinolenta, a Rede Globo não coloca estes Países no grupo seleto das ditaduras, omite ou fica do lado do Ditador.
E a técnica da divisão tem o truque da não citação. Se Países de distintas bandeiras políticas possuem uma posição semelhante em determinado assunto e a Rede Globo tem outra, se calhar de fazer uma reportagem dirá assim: Brasil, Cuba, Venezuela, Grécia (está caindo pelas tabelas, inclui para dar um ar de diversidade) são favoráveis; Japão, EUA, Dinamarca são contrários. Só que no grupo em que se encontra o Brasil, podem estar: França, Alemanha, Canadá e a Rede Globo engambela quem assiste o seu telejornal, omitindo a informação. Fica sempre parecendo que o Governo do PT (seu opositor ideologicamente) está do lado de ditaduras e/ou de países subdesenvolvidos.
5. Acusação. A emissora decide fazer uma acusação grave contra uma pessoa, partido político, etc.
Exemplo: um Ministro de Estado. O acusado se tem direito de resposta, não é o último a falar. Vem depois dele a personalidade que respalda a acusação. Geralmente, colocam um político da oposição. As figuras “carimbadas” - os “supostamente” paladinos da moralidade e incorruptíveis, de sempre, aqueles políticos que vivem dos holofotes da mídia, para referendar a matéria acusativa (até serem desmascarados, como é o caso do Demóstenes Torres). O acusado, por exemplo, de corrupção, está, quase sempre, numa pose desesperada e quem respalda a notícia (o último a falar) muitas vezes aumenta a voz e diz: - são fatos gravíssimos e devemos apurar o mais breve possível! Já parece, de antemão, o julgamento final e a culpabilidade do acusado (hoje, o porta-voz oficial e principal da moralidade é o Senador Álvaro Dias do PSDB).
6. Reputação. É clássico na emissora o derrubar de reputações por interesses escusos. Eles dão aos seus opositores políticos um tratamento desrespeitoso.
Quando quiseram atingir o Governo Dilma, as ONGS e por tabela o PCdoB (Partido comunista do Brasil), dá-lhe atacar o Ministro Orlando Silva por todos os lados, sem nenhuma prova contundente, tanto é que o Ministério Público Federal arquivou o processo contra o Ex-ministro dos Esportes por falta de provas. É interessante, que jogam a reputação da pessoa e até de seus familiares se preciso for, de partido político, País, etc. no chão, sem o menor constrangimento. E qualquer acusado fica marcado como corrupto e mesmo que consiga provar sua inocência e honestidade a Rede Globo não faz nenhuma retratação pública.
No quesito reputação é praxe se dizer: Fidel castro, Evo Morales, Hugo Chaves (já falecido) são uma ameaça para a Democracia. Insistem, nos mesmos inimigos, dia e noite. E vivem propalando que qualquer tentativa de se buscar uma moralização da Profissão de Jornalista em suas redações, tendo um código de ética e conduta, tendo uma Lei que garanta ao acusado, o direito de resposta às acusações inverídicas; que as reportagens se pautem pela verdade dos fatos e que sejam realizadas de uma maneira correta, sem ilicitudes, com o equilíbrio da informação, não tendendo a mostrar a ilicitude só de seus opositores seria um cerceamento à liberdade de expressão e uma afronta à Democracia.
7. Investigação. Quando um político opositor aos seus interesses é acusado de algo, imediatamente a Rede Globo repercute, investiga e condena de antemão; mas quando se trata de um aliado político ela não condena, de antemão, e coloca alguém para falar: - só ao término do inquérito policial, do Processo na Justiça é que poderemos dizer se o Réu é culpado ou inocente.
Geralmente, a emissora, desqualifica a denúncia e dá toda voz do mundo para o acusado se defender.
8. Postergação. Um fato de relevância pulula no País e investigações e mais investigações acontecem. A população toma partido e fica do lado da oposição às suas convicções e parceiros, a Rede Globo finca o pé nas suas convicções até o instante que não dá mais para segurar, então, ela posa de partícipe da causa defendida pela população, a um bom tempo.
Nas Diretas Já e no impeachment do Collor demorou a estar do lado vencedor. E será assim, em qualquer investigação do Ministério Público, do STF que condene(m) seu(s) aliado(s). Quando ela sentir que não dá mais para defender o indefensável, irá posar de defensora da verdade desde o limiar do fato e execrar (fazer de conta que nem conhece) todos os culpados, que até bem pouco tempo, eram defendidos ardorosamente.
Um caso recente de postergação:
No caso da juventude do MPL (Movimento do Passe Livre) a Rede Globo foi de um extremo ao outro em poucos dias. De jovens baderneiros para jovens idealistas. E terminou com repórteres à paisana, sem identificação de trabalharem para a emissora. Terminou com medo dos manifestantes e até com medo de ser pedido que seus repórteres saiam da cobertura do evento ou que a emissora seja hostilizada por quem participa das passeatas. Passou a transmitir de helicópteros e estúdios.
Busca de dividendo político e particular, certamente, é a razão pela mudança repentina de postura. O apoio chegou após mais de uma semana depois das passeatas dos jovens por todo o Brasil.
9. Apropriação e desapropriação. Consiste na repentina mudança de posicionamento diante de um fenômeno que vem das redes sociais para as ruas, que possa nascer, tão somente, das ruas e o Jornalismo da emissora vê na apropriação desse fenômeno e mostra-lo com “suposto” envolvimento uma chance de ter dividendos políticos e benefícios para si e seus aliados.
As passeatas apartidárias do MPL (Movimento do Passe Livre) são um exemplo perfeito. Houve a possibilidade de a emissora mostrar as manifestações de uma juventude lutando pela diminuição das passagens de ônibus trem e metrô. Afinal se o MPL é um movimento apartidário e que não veicula bandeiras de partidos políticos e movimentos sociais, tornam-se, então: valiosas, as imagens para o Jornalismo da emissora. Se tivesse bandeiras de partidos de esquerda e de movimentos sociais a Rede Globo não mostraria as passeatas, induzindo a ideia de calmaria e civismo absoluto como fez, porque os beneficiários das imagens seriam seus inimigos políticos.
Quando a emissora sente que já não cabe mais o apoio às passeatas ela ao bel-prazer recomeça a criticar a quem deu seu apoio repentino, a não mais mostrar as imagens que lhe foram úteis em determinado momento. Lembra um pouco o tópico 1.3. Seleção do momento de exposição e o tópico 10.1. Apartação.
9.1. Editoração, falsificação e inclusão.
9. 1.1. Editoração. Consiste em modificar a realidade de um acontecimento, mostrando apenas imagens que lhe são favoráveis e reportando ao seu telespectador uma verdade que é sua, não a verdade dos fatos. Nas passeatas do MPL, por exemplo, as faixas de fora Rede Globo foram omitidas das imagens transmitidas ininterruptamente pela emissora. Lembremos as reivindicações dessa juventude, apesar do apartidarismo do movimento é pauta de esquerda e a emissora não se deu ao trabalho de informar seu telespectador.
9.1.2. Falsificação. Consiste em transformar a real intenção de um fenômeno social. O MPL nas ruas luta pela revogação do aumento das passagens de ônibus, trem e metrô e pelo passe livre. A emissora, ao se apropriar da manifestação quis passar a imagem que esses jovens estavam indignados com os Governantes, os políticos, os partidos políticos, a Política e bradando palavras de ordem contra a corrupção no País. E, subliminarmente, sobrou para a Presidenta da República, que vira a responsável por tudo o que acontece nessas manifestações pelas ruas do País.
9.1.3. Inclusão. Consiste em inserir novas pautas num movimento social e coloca-las em evidência. O MPL briga pela revogação do preço das passagens de ônibus, trem e metrô e pelo passe livre. De repente, com a apropriação das passeatas pela Rede Globo de Televisão o MPL “supostamente” briga contra a aprovação da PEC - 37, taxada como Lei da Impunidade, porque tira do Ministério Público o poder de investigação criminal, luta contra a corrupção, contra os gastos com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e tudo o mais brigaria, na editoração e falsificação do movimento.
Quem viu as imagens e fotos do MPL nas ruas, percebeu que o cartaz contra a PEC 37, empunhado por algum jovem, estava ao fundo, em evidência.
10. Recriação. Consiste em amoldar a imagem do entrevistado. Pelo conteúdo das perguntas o entrevistador vai moldando personalidade outra do entrevistado.
Exemplo prático. Um político vai dar uma entrevista para a emissora e quem o entrevista começa a transformar o entrevistado em um crítico dos seus aliados políticos e a defender os interesses da emissora, inadvertidamente e sem que o entrevistado, muitas das vezes, se dê conta. Isto se dá com o desenrolar da entrevista ou pela edição das imagens – quando não é entrevista ao vivo, das falas do entrevistado ou pelo direcionamento das perguntas, aqui com o interesse de direcionar a fala do entrevistado sempre na direção das respostas que o Jornalismo da emissora quer.
10.1. Transmutação. Consiste na mudança de foco repentina de uma entrevista, devido à resposta, opinião do entrevistado. Vale mais para assuntos polêmicos sobre Economia, Sociedade, Política, Brasil e Mundo, etc.
Exemplo prático. Quando a Fátima Bernardes entrevistou em seu programa uma representante do MPL (Movimento do Passe Livre) e a jovem começou a falar que era necessário diminuir o lucro dos empresários das empresas de ônibus de São Paulo, como forma de abaixar os preços da passagem, a entrevistadora cortou logo o assunto e mudou o foco da entrevista. O entrevistador pode transformar a pauta, pedir um comercial, mudar para outra atividade do programa e até continuar o programa de entrevistas e/ou entretenimento com outro convidado.
Por isto, que quase sempre, os programas de entrevista da emissora têm mais de um entrevistado e se for programa de palco, várias atividades em conjunto. Imagina o risco de apenas um entrevistado, é cara a cara, e ele se contrapor a opinião da emissora e não apoiar os interesses da Rede Globo. Às vezes acontece, mas é raro. Para se evitar tal risco promovem programas com entrevistados com no mínimo duas pessoas, mesmo que selecionados a dedo, para não contradizer os interesses, ideologia e nem criticar aliados políticos da emissora.
11. Criação. Uma ideia, um personagem é criado no decorrer do tempo. Os dois, ideia e personagem caminham juntos.
A. Vai sendo moldada uma ideia: a do Mensalão do PT, do PT criador de dossiês contra a oposição, etc. Ideia - mensalão, personagem - PT.
B. Vai sendo moldado um político: Collor, o caçador de marajás; Serra, o grande gestor, criador dos medicamentos genéricos, etc. Ideia - Caçador de marajás, personagem - Collor. Ideia - grande gestor, personagem - Serra.
11.1. Apartação. A ideia e o personagem podem ser abandonados no decorrer dos meses, anos.
Exemplos clássicos de apartação: o caso do Ex-senador Demóstenes Torres e do Ex-senador José Inácio Arruda, além do Ex-presidente Fernando Collor, que de Caçador de Marajás virou um sujeito que realiza magia negra. Do nada, a intimidade da emissora com o personagem desaparece e o mesmo some de seus holofotes. Parece que o personagem só serve para garantir os interesses de momento da emissora, são como robôs, descarta-se se tornar obsoleto. E ao haver a apartação, outro personagem ocupa o espaço daquele que não serve mais à emissora.
12. Diferenciação. Tratamento desigual para situações semelhantes. Cai um enorme temporal com várias vítimas fatais, em dois estados distintos, um de seu aliado político outro de um opositor às suas ideias. O tratamento é diferenciado.
Em 2010 choveu uma barbaridade na cidade de São Paulo e na cidade de Niterói. Em São Paulo, o Governador sequer apareceu para dar entrevistas, visitar os locais afetados, após as enormes enchentes nas avenidas marginais e outros locais. A Rede Globo culpou as chuvas torrenciais e a população pelas enchentes, por jogar lixo nas ruas. A emissora não exigiu do Governador, seu aliado, explicações para o ocorrido e nem reclamou de sua conduta, um tanto estranha, de se esquivar de ir aos locais afetados.
Já na cidade de Niterói que fica no Estado do Rio de janeiro, o Governador do Estado, opositor da Rede Globo, foi acusado dos transtornos, das enchentes e das mortes ocorridas, naquele ano, por exemplo, no Morro do Bumba, onde aconteceu grande tragédia. Foram pedidas explicações imediatas para o Governador sobre a tragédia e não se utilizou em defesa do governador do Rio de janeiro, o índice pluviométrico das chuvas e nem o lixo jogado pelos moradores da cidade, bem como a população não foi considerada culpada. O Governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral era aliado de LULA e o Governador SERRA oposição e o candidato preferido da Rede Globo nas eleições de 2010.
No Rio de janeiro parecia um jornalismo policialesco, o fato ocorreu pelo descaso do poder público. Em São Paulo, a culpa foi de São Pedro.
Aqui cabe o tratamento desigual da notícia e do acusado. Os 3 mil reais de propina recebidos pelo ex- funcionário dos Correios Mauricio Marinho, flagrado em um vídeo (hoje já se sabe que o vídeo foi feito por Jairo Martins de Souza um Policial e araponga à mando de, nada mais nada menos que, Carlinhos Cachoeira - o famoso bicheiro preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo e entregue para o Diretor da Sucursal da Revista Veja em Brasília, Policarpo Junior, publicar e, claro, a Globo repercutiu o vídeo)*** valem muito mais que os 1,4 bilhões de reais desviados da Sudene no Governo FHC, seu aliado, e o primeiro caso, merece muito mais apuração, mais reportagens da emissora, só pelo fato de ser uma corrupção que pode incriminar e desmoralizar seus opositores.
*** Jairo Martins de Souza foi acusado pelo Ministério Público de ser “funcionário” de Carlinhos Cachoeira e receber um salário mensal de 5 mil reais do contraventor. Esta gravação feita por um araponga a mando de um contraventor e entregue à Revista Veja foi o detonador do “suposto” escândalo do “Mensalão” em 2005.
13. Desqualificação e inversão. Se surge uma notícia (denúncia) que não seja favorável aos seus aliados de momento, a emissora corre logo para desqualificar a denúncia e provar que não é verdade o que está sendo denunciado. A Rede Globo pode até inverter a situação, acusar quem fez a denúncia e provar a inocência do denunciado.
Na Operação Monte Carlo está bem claro este processo. Pegaram o Deputado Protógenes Queiroz e começaram a acusar a pessoa que primeiro quis investigar numa CPI o Cachoeira e suas ilicitudes e tentaram incriminá-lo como parte integrante do grupo do contraventor. O Deputado Protógenes Queiroz foi até processado pelo PSDB, para tirá-lo das investigações da CPMI do Cachoeira, e absolvido por falta de provas, pelo Conselho de Ética da Câmara por 18 votos contra 1.
13.1. Desqualificação com mudança de foco.
Se não tem como envolver seus opositores na denúncia com provas robustas, cria-se outra denúncia explosiva, mesmo sem prova alguma, e centram todas as reportagens nela. Até o esquecimento quase total da denúncia com provas robustas.
Um exemplo foi no período de efervescência da Operação Monte Carlo. A Rede Globo começou com uma série de denúncias contra o Governo do Rio de Janeiro na área de Saúde, por causa de contratos irregulares. O intuito foi para desviar o foco da Operação que prendeu o Carlinhos Cachoeira, pois, as investigações acertavam em cheio seus aliados políticos.
Passou-se um ou dois dias, e se descobre, por exemplo, que uma das Empresas beneficiadas por estes contratos iniciou suas atividades de prestação de serviços públicos com partido político aliado da Rede Globo, então, a emissora e suas as denúncias foram minguando do noticiário. Sem, é claro, dizer que na cidade de São Paulo, por exemplo, quando o seu aliado maior na política atual, José Serra, era Prefeito, a empresa que a emissora utilizou na acusação contra o Governo do Rio de Janeiro, teve, também, contratos.
14. Associação. Muito comum esta ação. Consiste em combinar ou simplesmente repercutir reportagem da mídia aliada, abrindo uma ótima pauta para atacar os opositores da emissora, o inimigo em comum. Por exemplo, a revista Veja solta uma reportagem, então os meios impressos e sites, as rádios e a TV das Organizações Globo amplificam a reportagem durante o dia, iniciando um processo de chamamento para que nós assistamos seus telejornais, principalmente o Jornal Nacional, onde a audiência é a maior de todas e a notícia surgirá com a maior força possível. Assim, a denúncia fica amplificada e em toda parte se repercute o que foi noticiado.
Pode haver a associação com um político, também, via horário eleitoral. Esta é uma técnica que consiste em jogar uma matéria no Telejornal da emissora e que o político associado à emissora, está pronto para repercutir, seja matéria em seu favor ou contra os adversários da emissora e do político. Na eleição para Presidente de 2010 ocorreu, algumas vezes, em horário nobre. E por que o político está pronto para repercuti-la? Porque a matéria foi feita por ambas as partes: emissora e político associado.
15. Organização. É o truque de como aparecem as reportagens, no decorrer do Jornal.
VÍDEOS DEMONSTRATIVOS:
Nesta matéria existem diferente cidades citadas. Ênfase para duas, maiores. Aracaju - SE, administrada pelo PCdoB até 2012. E São Paulo, onde foram checados 5 hospitais e 1 deles o da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) encontrou-se problemas. O detalhe é para a ênfase de que o hospital é da Unifesp. Moral: termina a reportagem com a valorização da reportagem/denúncia, onde a Prefeitura de Aracaju diz que irá tomar providências.
(Na matéria condensada do Jornal Nacional a ênfase era para o Hospital São Paulo).
2*** Seleção das perguntas para SERRA e para DILMA.
Tentei encontrar a entrevista mais radical, onde a Fátima Bernardes teve de intervir. Pena não ter encontrado.
3*** Heloisa Helena no Jornal Nacional.
Seria legal fazer uma retrospectiva das aparições de Heloísa Helena nos Jornais da Rede Globo e ver a quantidade de vezes que ela foi entrevistada, apenas para falar mal do PT e/ou de seus políticos.
4*** É possível fazer uma cobertura da morte do Cazuza sem entrevistar um “fã de carteirinha”? Veja como é possível, no link abaixo:
5*** Debate entre Collor X Lula. (Não encontrei o vídeo)
A edição do Jornal Nacional é um clássico do Jornalismo parcial da emissora.
6*** Vídeos: um com omissão e outro com citação do partido político.
Seria legal observar no dia a dia este detalhe. Será fácil subsidiar a técnica que apontei.
7*** Aqui aparece o SERRA discursando para a plateia. Diz-se que a obra foi inaugurada sem estar totalmente pronta, mas termina a reportagem com um motorista de carro que diz que tem que inaugurar logo o Rodoanel, para diminuir o trânsito de caminhões na cidade. Moral: Mesmo não estando, totalmente pronta, a Rede Globo tenta incutir a ideia de que era vantajoso entregar a obra inconclusa.
Se fosse um político opositor às suas ideias, certamente, a reportagem seria sobre os perigos de se entregar uma obra viária inconclusa, onde carros com pessoas trafegam.
8*** Edição JN 1989 - Lula e Collor e 2010 Dilma e Serra.
Pena não encontrar o vídeo. Mais ilustrativo impossível.
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