IstoÉ a Onestidade tucana

Em meio ao quase total silêncio do resto da grande imprensa sobre a denúncia de cartel no Metrô de São Paulo, sob gestão do PSDB, a revista IstoÉ desta semana traz reportagem de capa para o assunto: “O propinoduto do tucanato paulista”.

“Um propinoduto criado para desviar milhões das obras do Metrô e dos trens metropolitanos foi montado durante os governos do PSDB em São Paulo. Lobistas e autoridades ligadas aos tucanos operavam por meio de empresas de fachada”, diz a revista.

A reportagem traz detalhes que até agora eram desconhecidos e mostram que o escândalo é ainda mais grave do que se conhecia. A Siemens denunciou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) um esquema de propina, do qual fazia parte, para desviar verba das obras do Metrô e da CPTM, diz a IstoÉ.

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“Em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos.”
Segundo a revista, os empresários admitiram ter manipulado licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão.


“O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi tomada por nenhum governo tucano para que ela parasse. Pelo contrário. Desde que foram feitas as primeiras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo.”

Conexões em paraísos fiscais

A IstoÉ conta que o Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o MP de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema.

“Agora, diante deste novo fato, é possível detalhar como age esta rede criminosa com conexões em paraísos fiscais e que teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano, segundo as investigações concluídas na Europa.”

A reportagem mostra que as provas oferecidas pela Siemens e por seus executivos ao Cade são contundentes. Entre elas, consta um depoimento bombástico prestado no Brasil em junho de 2008 por um funcionário da Siemens da Alemanha.

A IstoÉ teve acesso às sete páginas da denúncia. “Nelas, o ex-funcionário, que prestou depoimento voluntário ao Ministério Público, revela como funciona o esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos e fornece os nomes de autoridades e empresários que participavam da tramoia. Segundo o ex-funcionário cujo nome é mantido em sigilo, após ganhar uma licitação, a Siemens subcontratava uma empresa para simular os serviços e, por meio dela, realizar o pagamento de propina”.

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