João reagiu a um grupo que desaprovou suas palavras: "Vaia de vândalo não vale", cantou
BIM-BOM - Após desfilar em carro aberto pelo Leblon, João Gilberto, o "Papa da Bossa Nova", iniciou um sermão sobre os protestos: "O coro dos manifestantes está desafinando, está esquisito. Ontem alguns integrantes do Black Bloc semitonaram pedindo o impeachment de Cabral. Pode ser essa corrente de ar frio", esclareceu o Sumo Pontífice da MPB. Em seguida, ainda de pijama, puxou o violão e adaptou sucessos como Pra que discutir com a PM, O blindadinho, Chega de pimenta e Desde que a Toulon é Toulon.
Sentado em um banquinho, João orou para que nenhum blindado estacione na frente dos restaurantes Degrau e Antiquarius, de onde costuma pedir comida. "Não nos deixeis cair em tentação e nem me fazeis sair de casa para ir ao BB Lanches", concluiu.
O peregrino Chico Buarque acompanhou todo o trajeto de João caminhando pela orla com uma água de coco em cada mão, para evitar ser abordado. Caetano Veloso lembrou que o excesso de gás lacrimogêneo poderia danificar a voz de Mestre João. Djavan recitou versos em sânscrito.
O filisteu Lobão classificou a atitude como hipócrita. "Atire o primeiro molotov aquele que nunca pecou", disse, olhando nos olhos de toda a MPB ao mesmo tempo.
Leia também: João Gilberto lança Guitar Hero Bossa Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário