Luis Nassif: As lembranças da cultura católica do meu tempo

Minhas lembranças mais doces são João 23 e as freirinhas do Colégio São Domingos, que nos ensinaram a ação social e política. Minhas lembranças mais antigas são as rezas da vó Martha e da tia Marta. E as mais profundas, a procissão da Semana Santa e o canto de Verônica e as cenas do Calvário, pintadas por Pedro Zogbi no começo do século passado, que um pároco ignorante apagou das paredes da Igreja do São Benedito, em frente de casa.

As lembranças mais amargas ficam com os Irmãos Marista, o clima interno opressivo, pecaminoso, embora guarde lembranças inesquecíveis dos íntegros, irmãos Nazário, Zé Bento (Baiano), e o Zatopeck (irmão Paulo Portugal) e Rosa Branca (irmão Gregório).

Quando a Igreja dessacralizou-se, acabou com o latim e incorporou a MPB, meu grupinho, em Poços, animou missas e casamentos com Vandré, Edu, Chico e Danilo Caymmi.

Tempos atrás, no entanto, fui ao Bar Mitzvá do filho de um amigo e me encantei com o cerimonial profundamente religioso, como que saído das fraldas dos tempos. Havia pontos em comum com os cânticos africanos, como que com a origem das religiões.

Eugênia me levou a uma missa no Mosteiro de São Bento, e senti falta do misticismo das missas de antigamente.

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