Ao menos cinquenta estudantes foram mortos, ontem, por membros do grupo islamita Boko Haram, que atacaram o dormitório de uma faculdade do Noroeste da Nigéria, segundo uma fonte médica.
O ataque de ontem, o mais recente de uma longa lista dos últimos quatro anos, aconteceu na Faculdade de Agricultura de Gubja (30 km de Damataru, capital do Estado de Yobe).
"Recebemos 40 corpos que foram levados para o necrotério após o ataque", declarou um funcionário do hospital de Damaturu, que não quis se identificar.
Segundo o porta-voz militar do Estado de Yobe, Lazarus Eli, terroristas do Boko Haram entraram na faculdade e dispararam contra os estudantes" que dormiam.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, condenou o que chamou de "horrível ataque terrorista". O Estado de Yobe tem sido palco de violentos ataques nos últimos meses contra instituições de ensino que não seguem os preceitos do Islã, todos imputados ao Boko Haram.
O pior ataque aconteceu em julho na cidade de Mamudo, onde islamitas lançaram explosivos e dispararam contra os estudantes, matando 41 pessoas.
O Boko Haram – cujo nome significa 'a educação ocidental é pecado' – reivindicou nos últimos quatro anos uma série de ataques contra escolas e universidades. Em junho, os insurgentes mataram sete alunos e dois professores em Damataru. Yobe é um dos três Estados dos Noroeste da Nigéria onde o Exército realiza uma ofensiva desde meados de maio contra o grupo de insurgentes. Segundo o exército, os recentes ataques contra estabelecimentos escolares mostra o "desespero" do grupo islamita, que "só é capaz de atacar alvos fáceis".
O Ministério da Defesa assegurou que a ofensiva de maio contra o Boko Haram havia "dizimado o grupo" e dispersado seus membros. Contudo, o sucesso desta ofensiva militar é duvidoso.
Assim, insurgentes do Boko Haram, usando uniforme militar, mataram 142 pessoas em setembro na cidade de Benisheik, no estado de Borno.
O Boko Haram também ataca milícias de autodefesa, que apoiam o exército.
As autoridades decretaram estado de emergência no Noroeste do país em 14 de maio. As ligações telefônicas foram cortadas em grande parte da região, impedindo os civis alertarem as autoridades em caso de ataque. Os telefones não funcionam em Gubja. Nesta região, os atentados contra igrejas, principalmente durante a missa de domingo, se tornaram frequentes.
O Boko Haram reivindica a criação de um Estado islâmico no norte da Nigéria, majoritariamente muçulmano, ao contrário do sul, majoritariamente cristão.
Os ataques do grupo extremista e a repressão das forças de segurança deixaram ao menos 3.600 mortos desde 2009, segundo a ONG Human Rights Watch.
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