?.. ela faz um discurso apelativo em termos de demandas da contemporaneidade(algumas meros modismos), a exemplo de horizontalidade, Rede, sem faltar, é claro, no surrado "economia sustentável", seus seguidores embevecidos a transformam na deusa das transformações. Será mesmo?
Por que "novo"? Mesmo na dimensão da retórica, o que se extrai nas suas elucubrações que efetivamente prenunciariam inflexões de caráter político-ideoloógico, econômico, social ou cultural? Será que ser contra a bipolaridade no atual processo político brasileiro, de resto criticado à torto e à direito por quem tem um mínimo de bom senso, a faz uma novidade? Outros candidatos em eleições passadas, já aventaram isso.
Recuperar a política como atividade idealista? Ou, simplesmente, concretizar utopias? Há quase dois séculos a humanidade levanta e convive com essa proposta. O que desejam anarquistas, socialistas, comunistas e mais uma miríade de agrupamentos ideológicos?
Democratizar a democracia? Mero jogo de palavras. A democracia ou é ou não é. Seria o mesmo que dizer "matar a morte". Nem como metáfora serve. A pretensa inovadora Marina, num acesso verborrágico, afirma que é preciso defender a democracia na democracia. Já não ouvimos isso diariamente desde 2003 quando o PT assume o Poder? Marina não plagia, nesse sentido, o estamento conservador e seus canais, a exemplo da grande imprensa e do Instituto Millenium?
Olhar para o futuro? Apelação manjadíssima e vituperada na bôca de dez entre dez políticos carreiristas. O importante não é olhar, é transformar.
Como pretende materializar essas mudanças, ela não diz, nem escreve. Sabe por quê? Porque não sabe. Não tem a mínima idéia. Ou talvez, vamos ser condescendentes, pense que a REDE sozinha irá dar sustentáculo para uma eventual governança da sua ora coligação. A democracia também prevê concessões. Negá-las apenas para florear discursos é pior que demagogia: é desonestidade.
E por falar em desonestidade, por que lhe falta o pudor ao proferir que a União com o PSB "foi uma defesa da democracia"? Por que e em que a nossa democracia necessita dessa defesa? Onde ela foi ou está ameaçada? Será porque negou o registro do seu partido dado as graves irregularidades, a começar pela falsificação de assinaturas?
Nada que inicia com mentiras, falsificações, autocomiserações, desonestidades, pode prosperar. Marina é um engodo, um embuste.
Diogo Costa
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