...dos miseráveis à alimentação básica; dos pobres ao consumo; dos pequenos, ao mercado; das minorias, ao seu direito de viver diferente; dos pequenos empresários, à oportunidade para desenvolver seus negócios.
É por meio da inclusão que uma nação se forma e captura, para o bem geral, a energia individual esmagada em cada falta de oportunidade, o talento que pode estar escondido em um barraco nas palafitas ou nas favelas, os futuros campeões que podem estar nascendo em uma microempresa.
É por meio da solidariedade que se criam os laços sociais e econômicos que vão tecendo a grande rede do desenvolvimento e os grandes processos civilizatórios.
Mesmo assim, cada capítulo é uma guerra entre a modernidade e o atraso, entre o novo e o velho carcomido.
Nos Estados Unidos, o maior processo de inclusão - a libertação dos escravos - resultou na mais sangrenta guerra do século 19. Na Europa, os grandes movimentos de urbanização, dos anos 20, resultaram em intolerância e no florescimento de doutrinas autoritárias.
Por isso mesmo, esses movimentos sempre refletem a luta da barbárie contra a civilização, da selvageria contra a solidariedade.
Os herois sempre terão seu lugar na memória nacional; os recalcitrantes, no lixo da história. O país reconhece José Bonifácio, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, André Rebouças, Luiz Gama como seus fundadores. Os contrários tornaram-se apenas "conservadores" ânonimos, anacrônicos, menores.
O programa Mais Médicos e o PRONATEC serão, para o governo Dilma, o equivalente do que foi o Bolsa Família para o governo Lula. Ou seja, além de aprofundar e aperfeiçoar o programa lulista, Dilma ainda vai contar com outros dois grandes instrumentos de promoção de justiça social e diminuição da desigualdade em sua campanha para a reeleição, isso sem falar do PAC 2, da Copa, das Olimpíadas, etc, etc.
ResponderExcluirPor fim, vai eleger seu sucessor; com tudo isso funcionando a pleno vapor e com a entrada em campo dos recursos da exploração do petróleo de Libras a vida da oposição em nosso País não vai ser nada fácil.
Há algum tempo, na periferia das pequenas cidades do interior de Minas, era comum ser abordado por trabalhador, com aspecto famélico, que implorava: "moço, arruma um serviço para mim - faço qualquer coisa". Muitas vezes trazia uma criança nos braços. Era no mínimo constrangedor. E me perguntava, o que posso fazer?
ResponderExcluirA situação agora é diferente. Pessoas saudáveis, bem vestidas, os jovens sorridentes com cadernos e livros nos braços, novas construções, moto ou carro (usado) na porta das casas. Não se encontram mais pessoas para faxina, com diária de 30 reais, mais um prato de comida. Nem trabalhador para fazer "bico" em alguma tarefa. Nem indigente perambulando pelas ruas. A maioria tem "colocação" fixa ou está "comprometida" com algum serviço. O comércio migrou do centro da cidade para os bairros, onde é possível comprar "de tudo" (de 2ª ou 3ª categoria, é claro).
O que aconteceu? Revolução? Milagre? Acompanhei de perto toda essa mudança. Acredito que o que houve foi apenas um "empurrãozinho" que foi dado e que faltava para despertar a "dignidade" de nossa gente.
O Bolsa Família foi o começo. A certeza de que haveria alguns trocados no fim do mês para ajudar na compra do "mantimento" pesou muito. Deu ânimo. Deu força. Deu tempo para refletir. Deu esperança. E tudo foi mudando pouco a pouco.
Interessante é que, hoje em dia, quem recebe o Bolsa Família evita falar sobre o assunto. Mas aquele que não recebe, acha que é bem aplicado o benefício, porque o vizinho ou parente estava "necessitado" e está incluído no programa.
Nem tudo são flores, entretanto. O consumo de tóxicos fica incontrolável e os evangélicos estabeleceram o dízimo (um dia de salário) para abrir as portas do paraíso. Mas, isto faz com que a periferia se iguale de todo aos grandes centros.