O advogado do deputado José Genoino, Luiz Fernando Pacheco, divulgou hoje (28) uma nota oficial na qual manifesta "perplexidade e indignação" pela maneira como veio a público o laudo da junta médica nomeada pela Câmara dos Deputados, como parte do processo de aposentadoria aberto por Genoino na casa. À RBA, Pacheco disse que a "mutilação" do laudo foi feita por "alguém na própria Câmara".
O laudo foi divulgado ontem, em coletiva em Brasília, pelos médicos Gerson Rodrigues (chefe da perícia médica), Luciano Vacanti (cardiologista), Jezreel Avelino da Silva (diretor do departamento médico da Câmara). Participou da entrevista à imprensa o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio.
"Não é possível aceitar que ignorantes de ocasião, movidos por indisfarçável conveniência política, que despreza os mais elementares imperativos humanísticos, procurem, acintosamente, comprometer a percepção da real, delicada e preocupante situação de saúde do deputado", afirma Pacheco na nota.
Segundo o defensor de Genoino, o trabalho dos médicos "foi mutilado e divulgado à imprensa e população de maneira propositalmente resumida, ocultando-se os pontos fulcrais do trabalho".
O advogado destaca que aspectos do documento foram "ardilosamente ocultados" na divulgação das informações, e cita a avaliação de que, de acordo com o parecer, Genoino é um "indivíduo sob o risco de desenvolver futuros eventos cardiovasculares e progressão da doença", considerando alguns fatores, entre os quais "a idade, a presença de falsa luz (falso lúmen) arterial parcialmente trombosada, o diâmetro da porção proximal do arco aórtico de 41mm". Além desses fatores, há "riscos de descontrole da pressão arterial que, em associação a anticoagulação inadequada, aumentaria o risco de eventos cardíacos e cerebrais".
Para Pacheco, "a situação físico-clínica de Genoino demanda atenção e cuidados especiais", o que, segundo ele, está claro na conclusão da junta, que recomenda "o afastamento temporário da atividade laboral por período de noventa dias para melhor adequação de seu regime terapêutico" e a realização de "nova perícia médica".
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