Soneto de corrupção

De repente do riso fez-se o pranto
zuadento e branco como a bruma
e das bocas unidas e silenciosas fez-se a delação premiada
e das mãos recheadas de propina fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se a tormenta
que dos olhos desfez a última chama
e o ladrão teve o pressentimento
e da denúncia com provas fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
fez-se de Serra o cúmplice mandante
e deixou sozinho o Kassab que se fez inocente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se de vítima o político errante
de repente, não mais que de repente.

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