Linha doida - Carlos Augusto Viana

Espanto, e enorme, causou-me a informação de que, a cada dois dias, morre um preso nos presídios brasileiros. Considerando que a nossa população carcerária se aproxima dos 600 mil, não é dessa maneira que se resolverá o problema das superlotações nas casas de correção ao longo de todo o País. Consultei um de meus botões - especialista em "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" - e o tal botão ressaltou que pode haver exagero em tal notícia, uma vez que somos um povo naturalmente cordial e, por demais, pacífico. 
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Mas, meu caro, é por demais comum a gente tomar conhecimento de rebeliões, fugas, não só aqui, mas... - Não terminei a frase, pois, o tal botão, solerte, e ajeitando lhano a linha, recolheu-se, solerte, a uma de suas casas. 
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Deixou cair ao chão um bolo que, aos pedaços, pôs à luz um revólver, uma faca, e um aparelho de telefone celular. Não lhe entendi a estranheza do gesto. Também quem me mandou ter tão somente o Diploma do Curso de Datilografia? 

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