Luis Assim - O Cândido - espera que Alckmin "enquadre" o Denarc

Na gestão Kassab, a Secretaria da Saúde do município tentou um trabalho de convencimento da população da cracolândia, para aderir a tratamentos. Foi atropelada pela ação da Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico). Essa interferência foi fundamental para o fracasso posterior das duas operações Cracolândia do governo Alckmin.

Agora, entram de novo em ação, visando boicotar a Operação Cracolândia. Não querem perder a primazia sobre um setor aberto a toda forma de exploração.

É um exemplo acabado da crise das instituições de segurança de São Paulo, especialmente da Polícia Civil e da Polícia Militar.

Ou Alckmin mostra um mínimo de discernimento e comando, e enquadra esses subversivos, ou não haverá Secretário de Segurança com autoridade para enquadrar a marginalidade da polícia.

Em ação surpresa, Polícia Civil reprime com bombas dependentes na Cracolândia

REPORTAGEM DO 'ESTADO' TESTEMUNHOU CONFRONTO QUE SURPREENDEU ATÉ SECRETÁRIO DE HADDAD QUE ESTAVA NO LOCAL
23 de janeiro de 2014 | 16h 45
 

Bruno Ribeiro e Laura Maia de Castro - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil, fizeram uma operação nesta quinta-feira, 23, sem comunicar a Prefeitura nem a Polícia Militar, na Cracolândia, região central de São Paulo, palco da Operação Braços Abertos, aposta do prefeito Fernando Haddad para reabilitar os dependentes de crack.

 

JF Diorio/Estadão
Homem é dominado por policiais na Cracolândia
Por volta de 15h, cerca de dez viaturas cercaram os dependentes de crack que não estão inseridos no programa assistencial e estavam concentrados na Rua Barão de Piracicaba. Os policiais civis atiraram balas de borracha e jogaram diversas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo na multidão, que correu a esmo e revidou jogando pedras. O quarteirão estava lotado de dependentes.

Agentes da Secretaria de Saúde e de Assistência Social, que também não sabiam da ação, ficaram no fogo cruzado. A ação ocorreu pouco tempo depois de policiais civis à paisana terem feito uma prisão de um dependente no local. Nesta primeira ação, uma dependente acabou ferida na cabeça com bala de borracha.

A reportagem apurou que a avaliação inicial da Prefeitura é que o programa Braços Abertos, que contava justamente com a ausência de repressão dos dependentes, foi prejudicada e terá dificuldades para prosseguir.

O Estado estava no local na hora da ação e viu a surpresa de guardas-civis, oficiais da PM e até do próprio secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto. Hoje completa uma semana que os dependentes que aderiram ao programa começaram a trabalhar e a equipe estava fazendo um balanço do período.

Foi possível testemunhar a prisão de ao menos cinco pessoas que foram também agredidas pelos policias civis ao serem obrigadas a entrar na viatura.

Entre os dependentes, o clima foi de revolta. Muitos gritavam desesperados, chorando diante da ação surpresa. "Que hotel que nada, eles querem é matar a gente", disse uma dependente grávida que corria da polícia.

A reportagem tentou contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, que ainda não se manifestou.

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