João Paulo Cunha disse que, ao sair em férias sem assinar o seu mandato de prisão, o ministro Joaquim Barbosa fez "pirotecnia para ter mais dois minutos de repercussão''. Ouvido, o presidente do STF eriçou-se:
"Esse senhor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, pelos 11 ministros do STF. Eu não tenho costume de dialogar com réu. Eu não falo com réu'', disse Barbosa, ao desembarcar em Londres. "Não faz parte dos meus hábitos, nem dos meus métodos de trabalho ficar de conversinha com réu.''
Língua em riste, o ministro alvejou também a imprensa: "Eu acho que a imprensa brasileira presta um grande desserviço ao país ao abrir suas páginas nobres a pessoas condenadas por corrupção. Pessoas condenadas por corrupção devem ficar no ostracismo. Faz parte da pena.''
Beleza. Mas João Paulo não teria dado entrevista se estivesse na cadeia. E só não foi preso porque Barbosa se absteve de assinar o mandado. Portanto, cabe observar: o presidente do Supremo presta um grande desserviço ao país ao sair em férias sem cumprir a obrigação de enviar à polícia os papéis necessários à prisão de pessoa condenada por corrupção. Magistrados devem agir com presteza. Faz parte do trabalho.
por Josias de Souza
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