Saiu no New York Times artigo que exalta o trabalho de Edward Snowden e recomenda que o Brasil lhe dê abrigo.
Por coincidência, o mesmo jornal, em editorial recente, recomendou que o presidente Obama encontre uma forma de perdoá-lo e trazê-lo de volta ao seio da Pátria (americana).
A Justiça Federal americana está dividida: um Juiz considera que as denúncias de Snowden provam que a NSA, National Security Agency, onde Snowden trabalhava, agiu contra os direitos do cidadão (americano), direitos previstos na Constituição americana; outro Juiz considerou tudo muito natural, em nome do Interesse Nacional.
O presidente Obama enviou ao Congresso suculento material para começar a discutir a legalidade de (algumas) ações de espionagem da NSA.
Algumas.
Até segunda ordem, Snowden é um traidor da Pátria (americana).
E Putin lhe deu abrigo para afrontar Obama e mostrar que o Muro de Berlim caiu, mas só o Príncipe da Privataria acha que a Rússia é um Tigre de Papel.
O jornalista que divulga os "segredos" de Snowden, Glenn Greenwald, como demonstrou Luiz Felipe de Alencastro, acaba de fechar sociedade com um bilionário americano para explorar comercialmente, num site de notícias, as "informações" de Snowden – entre outras que amealhar.
Até terceira ordem, estamos na zona de conforto das atividades tipicamente americanas.
E o Brasil com isso ?
Em primeiro lugar, as informações que Greenwald ofereceu à Globo Overseas diferem apenas em extensão daquelas que a Carta Capital se cansou de denunciar, à época do Governo do Príncipe da Privataria.
Mas grave, no tempo do Príncipe, os americanos espionavam o Brasil com a colaboração do Príncipe …
E a Globo Overseas, ali, calou-se.
Por que, agora, descobriu que a CIA grampeia ?
Para desmoralizar o Governo trabalhista, demonstrar sua fragilidade e impotência.
Segunda observação, a Presidenta Dilma extraiu do episódio o melhor efeito político.
Suspendeu uma visita de Estado a Washington, já que Obama foi incapaz de lhe dar explicações que ela pudesse dar ao povo brasileiro.
Foi à ONU e, na companhia de Angela Merkel, propôs a criação de um sistema de vigilância sobre a internet, para proteger os cidadãos do mundo inteiro (e não só os coitadinhos dos americanos).
Na mesma tônica, Dilma não foi à Boeing, e comprou por US$ 4 bilhões os caças Gripen suecos, para defender o pré-sal e desenvolver a Indústria de Defesa brasileira, a começar pela Embraer e a Saab-Scania de São Bernardo.
Como diria aquela fonte do Mino Carta (quem será ?), nos caças, os americanos não devem meter o nariz.
E não meteram !
(Quanto à notícia de que a NSA espionou a Petrobras, o ansioso blogueiro passou a aplicar uma pitada de sal – as informações da Petrobras são públicas, circulam entre as bolsas e a Agência Nacional de Petróleo. Não há nada a esconder.)
O que mais o Brasil pode fazer para evitar que os Estados Unidos grampeiem a própria Presidenta ?
Montar um sistema seguro de criptografia.
Ter satélites próprios.
E espionar a embaixada americana em Brasília.
(Não há de ser com o Gen. Elito.)
Como se sabe, espionar é a segunda mais antiga profissão do mundo.
Os americanos não a inventaram.
Apenas, hoje, tem os gadgets mais sofisticados.
Todo Estado Nacional que se preze tem que espionar e se defender de espionagem.
Querer transformar o Snowden em mártir da Democracia e da Liberdade é como torcer pelas heroínas da "bibliothèque rose".
Snowden que trate de arrumar um bom advogado.
E assuma suas responsabilidades diante da Justiça (dos Estados Unidos).
Se fez um bem à Pátria (americana), tanto melhor.
O Brasil não tem nada a ver com isso.
O Interesse Nacional americano não se confunde com o dos Estados Unidos.
No Atlântico – onde a NSA esconde suas ratoeiras – nem no "Arco do Pacífico", a novo esconderijo tucano de entreguismo.
Snowden não tem nada a ver com o Brasil – nem quando trabalhava diligentemente para a NSA, nem quando a traiu.
O cidadão brasileiro espera que os seus espiões não façam como Snowden !
Snowden, go home !
Nenhum comentário:
Postar um comentário