O STF aprontou mais uma.
O ministro Marco Aurélio de Mello virou o relator do inquérito 3815, que investiga o propinão tucano da Siemens e Alstom no metrô e trens do Alckmin (PSDB-SP) em São Paulo.
Ficou no STF apenas a investigação sobre quem tem fôro privilegiado, ou seja, os quatro demotucanos que são deputados federais.
Mello mandou a papelada do processo para o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, dar seu parecer, como é de rotina. Mas não enviou o único documento que justifica a manutenção do caso no Supremo por citar o envolvimento dos quatro deputados federais.
Mello não enviou a Janot o depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer que, em delação premiada, acusa de receberem propina os hoje secretários estaduais e deputados federais licenciados Edson Aparecido (PSDB), José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM), assim como o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Sem esse documento, Janot não teria elementos suficientes para justificar dar continuidade ao inquérito, e o caminho seria o engavetamento.
Como Janot sabe da existência deste documento, ele pediu em ofício de 11 páginas a Marco Aurélio, que precisa dele para poder opinar, uma vez que não havia como apreciar, "com a segurança devida, os elementos que supostamente indiquem a participação de detentores de prerrogativa de foro nas práticas delitivas".
No ofício, Janot adianta que há "fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela multinacional alemã Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo".
É uma tremenda saia justa para o ministro Marco Aurélio de Mello. Afinal por que omitir justamente a peça chave do inquérito no STF?
Em tempo: Se Mello também não recebeu esse depoimento, quem o colocou em alguma "pasta errada"?
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