O presidente
Federal é
Corte.
Ele representa
muitíssimo mais do que a sua própria.
E, por isso,
respeito
maioria de seus pares.
O que Joaquim Barbosa fez, entretanto, hoje, ao ter de proclamar o resultado da votação
sobre o crime de formação de quadrilha foi do mais profundo desrespeito aos demais ministros.
Dizer que foi formada “uma maioria de circunstância”, e “sob medida”, com a finalidade
trabalho do STF é acusar seus pares de uma conspiração
indignidade.
Acusação falsíssima, e Barbosa sabe disso, porque
exame dos fatos.
primeiro
Em
questionada já tivera quatro votos pela absolvição. Votos de juízes que, em relação a outros crimes e aos mesmo réus, já haviam proferido
condenatórias, e de prisão.
Portanto,
originalmente, se deram por apenas 5 a 4, o que está mil léguas de tornar sólida uma decisão unânime e até mesmo sólida.
Os dois ministros que recompletaram a Corte foram regularmente escolhidos, sabatinados e aprovados pelo Senado. Ninguém questionou o saber jurídico e sua idoneidade moral de Luis Roberto Barroso e de Teori Zavascki, ambos professores renomados e, este último, ministro
década.
Cada um votou como pensava: Celso de Mello votou pela admissibilidade dos embargos infringentes e, agora, pelo seu não
contra a
hoje, pelo seu provimento. O próprio Marco Aurélio
concordando com a absolvição, votou pela redução das penas até um nível que as tornasse, na prática, prescritas, o que produziria o mesmo efeito para os réus.
infringentes.
O Supremo
decisões também não é novidade. No início de
votação sobre medidas provisórias, a decisão foi mudada de um dia para outro e ninguém disse que o Ministro Luiz Fux, que mudou seu voto contrário por um favorável o fez de encomenda.
dezenas
Há
precedentes de decisões reformadas ao longo do
processo estava no curso que o próprio STF decidiu seguir
tenha sido motivo para os ministros ofenderem-se uns aos outros.
O plenário do STF é soberno. Não o seu presidente um soberano.
Não havia coisa julgada e o recurso na forma de embargos infringentes indica que havia possibilidade de reforma da sentença. obviamente em em favor dos
já
réus,
vedadíssimo “reformatio in pejus”, que é o agravamento da pena quando só o réu recorre.
Não existe
presidente
solenemente, em sessão, que o voto de seus pares foi “pífio”.
Não se pede ao presidente do STF “fair-play” por ter sido vencido. Exige-se é compostura
funcional
respeito devido, a decisão da maioria.
Barbosa
decidido a fazer-se de vítima do “voto político”,
medida”, para dramatizar sua saída da Corte, num grave gesto de desequilíbrio institucional.
Não importa que, politicamente, possa ser vantajoso a governo ou oposição um gesto destes.
É prejudicial ao funcionamento de uma corte que
independente.
Independente,
solitária e megalomaníaca.
Tudo o que a figura de seu presidente se tornou.
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