Josias de Souza é um jorna-lista!

O privilégio em Brasília vive em gavetas escuras, percorre escaninhos secretos. Só ganha a calçada das manchetes quando a ética consegue organizar uma tocaia. O que só acontece de raro em raro. Quando se imagina que um fato está consumado, o fato é consumido. No caso dos supersalários do Congresso, a borracha foi acionada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF.
Em decisão provisória, o ministro restituiu a permanente vocação da burocracia para violar a lei. Reza a Constituição que nenhum servidor pode receber mais do que um ministro do Supremo (R$ 29,4 mil). A despeito disso, há na Câmara e no Senado2.365 funcionários recebendo acima do teto. Alguns muito acima, pra lá de R$ 60 mil.
O problema é a distância que separa essa Brasília dos supersalários do Brasil, um país lá longe, onde sobra cada vez mais mês no fim dos microsalários. Para os frequentadores dos prédios monumentais de Niemeyer o resto do país é um estorvo. Saúde falida? Educação precária? Não é com eles!
Essa turma ainda não se deu conta, mas já há bastante Brasil ao redor de Brasília. A Capital com cara de maquete está rodeada de vida, e às vezes até de caos. A criminalidade é alta, a qualidade de vida é baixa. As reclamações começam a vencer a distância que separa o país da cidade da indiferença. Elas ainda não penetraram o concreto das cúpulas do Congresso. Porém, convém notar: entre o riso e a lágrima há apenas o nariz. E a atmosfera já anda muito malcheirosa.

Um comentário:

  1. A corja que diz que o mensalão nunca existiu nunca leu, ou se deu ao trabalho de ver as provas em http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/84897. É mais fácil repetir as mentiras fabricadas pelos maviosos do PT do que buscar a verdade.

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