Todos nós sabemos que, dentro do avião, existe um mecanismo chamado piloto automático. Quando o aparelho atinge determinada altura, o comandante liga o mecanismo, que passa a dirigir todos os controles de bordo.
Na vida dos adultos também existe isto: como nossas atividades vão ficando cada vez mais complexas, existe um momento em que precisamos deixar parte das tarefas para o piloto automático.
Acontece que este piloto automático, que havíamos criado para cuidar de coisas aborrecidas, ganha vida própria, e começa a interceptar tudo que chega até nós. Seu radar está ligado, e ele sempre move nosso avião para longe de coisas que não conhece. Por causa dele, perdemos por completo o sentido do inesperado, e da aventura.
E quem perde o sentido da aventura, de certa maneira perde também o sentido da vida.
da Coluna semanal de Paulo Coelho
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