E o Datafolha aprontou mais uma. Seu diretor, Mauro Paulino, requentou os dados da pesquisa feita entre os dias 2 e 3, que dá vitória no primeiro turno para a presidenta Dilma, e vaticinou: num cenário que só considere os eleitores que conhecem bem os três candidatos, Dilma (26), Aécio (24) e Eduardo (28) ficam empatados. Detalhe, o tal cenário considera os eleitores que acessam diariamente o noticiário (ou seja consomem a campanha do caos e fim dos tempos propalada pela grande mídia), são mais escolarizados e – surpresa – têm renda alta.
O próprio Mauro Paulino faz uma série de advertências sobre esse recorte estatístico. Vamos a elas: o grupo considerado representa apenas 17% - isso mesmo 17% - do total de eleitores aptos a votar, a margem de erro é gigantesca de 5 pontos percentuais para mais ou para menos. E mais, nas palavras do próprio pesquisador: "Nada indica que o eleitor típico de Dilma, ao conhecer Aécio e Campos, deixará de votar nela". Em resumo, a análise proposta tem pouca serventia para avaliar o quadro eleitoral. Mas, ainda assim, ganhou chamada na capa da Folha de S. Paulo e destaque na home do UOL.
O título do artigo (Rivais empatam em cenário só com eleitores que os conhecem) pode dar a impressão de que se Eduardo e Aécio se tornarem mais conhecidos eles vão conquistar mais votos e podem comprometer a reeleição de Dilma. Só que não. Como, aliás, o próprio artigo lembra ao final: "Em todos os cenários pesquisados pelo Datafolha, no levantamento completo, a petista pontua de 38% a 43% e aparece à frente dos demais candidatos. O restante dos eleitores prefere outros nomes, está indefinido ou vota em branco, nulo ou em nenhum candidato". Ou seja, no Brasil real, a história é outra.
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