Vira e mexe, eu me confundo com os nomes dos candidatos de oposição, e não é para menos. Ambos jovens e com pinta de galãs, netos de políticos célebres, Aécio Neves e Eduardo Campos _ agora acertei! _ fazem campanhas semelhantes, com o mesmo discurso de ataques ao governo Dilma e as peregrinações pelo alto empresariado industrial e financeiro de São Paulo para vender seu peixe e tornar mais competitivas suas candidaturas.
Até nas poucas propostas apresentadas até aqui, Aécio e Eduardo falam a mesma língua, como destaca o colega Fernando Rodrigues, em sua coluna da "Folha" neste sábado: defendem o fim da reeleição, mandatos de cinco anos e coincidências de disputas eletivas, de vereador a presidente da República.
Sem entrar no mérito da proposta, não se trata propriamente de uma novidade e não é o tipo de mensagem capaz de comover o eleitor a ponto de mudar seu voto. Fora isso, a dupla propõe um ajuste na economia para baixar os juros e a inflação, cortar gastos públicos e ministérios, sem afetar os programas sociais implantados pelos governos petistas, com a manutenção dos níveis de emprego e renda, mas ainda não explicaram como pretendem fazer isso.
Desta forma, como constatou Marcos Coimbra em artigo publicado na última edição da "Carta Capital", "apesar da piora na avaliação da presidenta, a oposição permanece imóvel nas pesquisas eleitorais".
Por isso mesmo, tendo apenas a metade das intenções de voto de Aécio (20 a 11, segundo o último Ibope, frente a 40 de Dilma), a terceira via de Eduardo Campos resolveu esta semana romper o "acordo de cavalheiros" que mantinha com o tucano desde o ano passado. O pretexto foi a disputa estadual em Minas, em que cada um deve lançar o seu próprio candidato, mas o fato é que o ex-governador pernambucano nada tinha a ganhar fazendo parcerias com seu principal concorrente a uma vaga no segundo turno.
Agora, é cada um por si e ambos contra Dilma, diferenciando-se apenas para ver quem bate mais na presidente. É esta a disputa que travarão daqui para a frente, já que o debate político propriamente dito tem se resumido mais a mostrar os erros dos outros do que as próprias virtudes.
Na próxima semana, começam a chegar as seleções que vão disputar a Copa no Brasil. A Câmara já avisou que não haverá sessões em dias de partidas em Brasília e quando a seleção brasileira jogar. Na semana de 16 a 20 de junho, vai ser difícil encontrar algum parlamentar em Brasília. Além disso, é o mês das festas juninas que levam os nobres parlamentares a seus redutos eleitorais, principalmente no nordeste. A CPI da Petrobras já começou esvaziada, com apenas três senadores marcando presença.
Diante deste cenário, a campanha presidencial e os índices nas pesquisas devem ficar congelados até o final da Copa, no dia 13 de julho. Só depois disso, Aécio e Eduardo terão a atenção da plateia para mostrar quais são, afinal, as diferenças nos seus projetos para ocupar a cadeira de Dilma no Palácio do Planalto. O palco daqui para a frente será ocupado por Felipão e seus 23 comandados em busca do hexa.
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