Os três irmãos Marinhos dividiram o poder assim. Roberto Irineu, o primogênito, é o presidente.
João Roberto, o segundo, é o editor, e dele emanam as diretrizes a serem seguidas por todas as mídias do grupo.
José Roberto, o caçula, cuida da Fundação Roberto Marinho, e é tido, nas Organizações, como um cruzado do ambientalismo.
Mas parece que seu cuidado com o meio ambiente vale para o mundo, mas não para a família Marinho.
Veio à luz espetacularmente, ontem, uma ilha dos Marinhos na região de Paraty. Quem a tornou assunto nacional foi o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, suspeito de irregularidades, em depoimento na CPI da empresa.
Antes de seguir, um registro cômico. A Globonews vinha dando ao vivo o depoimento até Costa falar na ilha. Ele disse que, em suas novas atividades, tem um contrato firmado para vender a ilha. “É um projeto chamado Zest”, afirmou.
Neste momento, a Globonews interrompeu a transmissão da CPI da Petrobras e foi para outro lugar. Os editores mostraram agudo senso de sobrevivência.
Pausa para rir.
A ilha, em si, é um retrato do Brasil. A melhor matéria feita sobre ela – e as polêmicas que a rondam — não veio da Folha, ou da Veja, ou do Estadão.
Veio de fora, da Bloomberg. A Globo não goza, com a Bloomberg, do esquema de proteção que Folha, Veja e Estadão lhe garantem no Brasil.
“Os herdeiros de Roberto Marinho, que criou as Organizações Globo, maior grupo de mídia da América do Sul, construíram (em sua ilha) uma casa de 1 300 metros quadrados, um heliponto e uma piscina numa área da Mata Atlântica que a lei, supostamente, preserva para manter intocada sua ecologia”, disse a Bloomberg, numa reportagem de 2012.
José Roberto, o homem-natureza da Globo, aparentemente não se importou em derrubar árvores em sua propriedade, e muito menos se intimidou diante da lei.
A Bloomberg foi ouvir o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade. Falou com Graziela Moraes Barros, inspetora do instituto. Ela foi investigar a casa, que recebeu diversos prêmios arquitetônicos.
“Os Marinhos quebraram a lei ao construir a casa”, disse ela.
Dois guardas armados, ela contou, impedem que outras pessoas usem a praia — pública — em frente da casa. De certa forma, isso lembra a infame ocupação de um terreno público pela Globo ao lado de sua sede em São Paulo.
Um juiz ordenou em 2010 que a casa fosse derrubada, mas evidentemente que não foi.
E então Graziela se saiu com uma frase que é especialmente dolorosa, porque verdadeira.
“Muita gente diz que os Marinhos mandam no Brasil. A casa mostra que eles certamente pensam que estão acima da lei.”
Por que os blacks blocks não fazem protestos na ilha dos Marinhos?...
E por que o judiciário não exige que os Marinhos cumpram a ordem do juiz?...
“Muita gente diz que os Marinhos mandam no Brasil. A casa mostra que eles certamente pensam que estão acima da lei.”
ResponderExcluirOra, eles não pensam, eles "estão" acima da lei. Basta lembrarmos que a Lei-Maior da nação, tem como guardião um sr. moreno que usa uma capa do Batman, que a usou(a dita Lei-Maior), para limpar as partes pudentas, após fazer as mais inacreditáveis cagadas em seu breve, mas, certamente inesquecível mandato como supremo do Supremo, a soldo dos bons Marinhos et caterva. É de lascar esse meu sentimento de impotência!!!
Apenas como contribuição segue o link com a reportagem da insuspeita Bloomberg:
ResponderExcluirhttp://www.bloomberg.com/news/...
Margeando o artigo, uma outra contribuição em um assunto que muito oportunamente o DCM vem trazendo à tona: vale a pena ler, ou reler, um livro chamado "Manufacturing Consent: the political economy of the mass media" de Edward Herman e Noam Chomsky, publicado em 1994. Não sei se há versão em português
Abraços
Mostra o velho Brasil que não quer deixar o novo nascer.
ResponderExcluirPior é não termos contra os Marinhos a quem apelar. O MP e Judiciário está DOMINADO. E morrem de medo da Globo e do seu enorme poder de assassinar reputações.
Nota-se pelos editoriais da mídia nativa que ninguém deu a mínima para essa declaração do Costa, ou seja, o que ele disse passa como algo irrelevante, o que é mentira.
ResponderExcluirImpressiona o silêncio da mídia nativa, nem uma palavra, nem uma linha.