Objetivo da Folha e da Globo com a divulgação da pesquisa Datafolha foi levar o povo a acreditar que Dilma e Aécio estão empatados na preferência do eleitorado
Frase entreouvida na rua nesta sexta-feira:
- Você viu a pesquisa na TV? A Dilma e o Aécio estão tecnicamente empatados!
Esse foi exatamente o objetivo da "Folha" e da Globo com a divulgação, nesta quinta-feira, da pesquisa do Datafolha sobre a intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro vindouro: levar o povo a acreditar que a Presidenta e o senador mineiro estão empatados na preferência do eleitorado. Na verdade a pesquisa mostrou que se as eleições fossem hoje Dilma venceria no primeiro turno, não havendo, portanto, nenhuma razão para uma simulação sobre um eventual segundo turno. Isto porque o empate técnico ocorre justamente num hipotético segundo turno que, pelo menos até esta pesquisa, não dá sinais de que poderá acontecer.
Ao divulgar o resultado da consulta, no entanto, A TV Globo não justificou a simulação do segundo turno e muito menos destacou o fato de que, de acordo com os números da pesquisa, a Presidenta se reelegeria ainda no primeiro turno. E muita gente passou a acreditar numa informação inverídica porque estribada numa hipótese forçada justamente para confundir. A divulgação no "Jornal Nacional" e repetida no "Jornal Hoje" faz parte, obviamente, desse plano maquiavélico de minar a candidatura à reeleição da presidenta Dilma Roussef e facilitar a eleição do candidato tucano Aécio Neves que, mesmo consciente dessa estratégia da Grande Midia, acabou se empolgando com a simulação, acreditando que irá ao segundo turno.
Percebe-se, sem muita dificuldade, a partir dos resultados das últimas pesquisas, que o quadro eleitoral praticamente não se alterou ou sofreu ligeira alteração: enquanto a Presidenta caiu alguns pontos, como resultado sobretudo da sistemática campanha dos jornalões, mas mantém ainda assegurada a sua eleição no primeiro turno, os seus principais adversários – Aécio Neves e Eduardo Campos – tiveram um crescimento insignificante, o que significa que apesar do apoio escancarado da mídia não conseguiram ainda sensibilizar o eleitorado. E continuam patinando num determinado patamar por falta de uma bandeira que empolgue o povão, já que se limitam, única e exclusivamente, a criticar a Presidenta, algumas vezes de maneira grosseira.
A escandalosa campanha da chamada Grande Imprensa para defenestrar Dilma do Palácio do Planalto, que esconde a importância da reunião do BRICS e destaca a vaia no Maracanã, chega ao absurdo de acusar a Presidenta por tudo de ruim que acontece não apenas no Brasil mas, também, no mundo: depois que a "Folha" em editorial culpou Dilma, entre outras coisas, pelo linchamento da uma inocente em São Paulo, uma colunista insinua que ela também é culpada pela queda do avião da Malasya Airlines na Ucrânia. Parece que não há limites para os opositores do governo, para quem, no esforço para conquistar o poder, os fins justificam os meios.
Os líderes oposicionistas na Câmara Federal também estão fazendo a sua parte nesse projeto destinado a apear o PT do poder: para eles vale tudo quando se trata em atingir a Presidenta. Se ela veste vermelho, protestam e recorrem à Justiça; se faz um pouso técnico em Portugal, criticam e pedem explicações; se reúne a sua equipe no Palácio da Alvorada, enlouquecem com ações no Judiciário; se fala através de uma cadeia de rádio e televisão, gritam que é campanha antecipada e buscam a Justiça Eleitoral; se troca ministros a gritaria é a mesma; e agora estrebucham e fazem enorme alarido porque ela hospedou o presidente cubano Raul Castro na Granja do Torto. Será que esse pessoal não tem o que fazer no Congresso? Será que pensam que isso é fazer oposição?
Estão subestimando a inteligência da população se imaginam que com essas bobagens conquistarão os votos de que precisam para ocupar o Palácio do Planalto. Se não mudarem o discurso, especialmente o ex-governador pernambucano, que parece ser o eco do senador mineiro, dificilmente conseguirão mudar esse panorama eleitoral, mesmo com todo o peso da Grande Midia. Afinal, já se foi o tempo em que o povo acreditava em tudo o que saía nos jornais e na televisão. O sucesso da Copa, contrariando o pessimismo insistentemente alardeado por eles, contribuiu para essa mudança de ótica. Já era tempo.
By Ribamar Fonseca
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