Jornal GGN - O candidato tucano à presidência da república, Aécio Neves, foi sabatinado, hoje (30), em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele foi o segundo presidenciável a responder aos anseios dos empresários, depois de Eduardo Campos e antes de Dilma Rousseff.
Desafiado a apresentar suas propostas, Aécio criticou duramente as políticas do governo Dilma, às quais chamou de "desatino do intervencionismo". Ele acusou o governo petista de "demonizar as privatizações, as concessões e as parcerias com o setor privado".
Prometeu, então, um choque de infraestrutura com atração de capital privado para concluir "obras abandonadas e com sobrepreço". Falou também sobre a intenção de reduzir as taxas de juros, simplificar o sistema tributário – o que prometeu fazer "nos primeiros dias do governo" – e desvalorizar o câmbio, para garantir competitividade para a produção local. "O Brasil hoje é refém de um populismo cambial, porque o governo federal busca controlar a inflação através da intervenção permanente do câmbio", disse.
O candidato também não poupou críticas à atual política externa, a qual considera ideológica e não comercial. Afirmou que o Mercosul "vem nos amarrando" e defendeu sua manutenção como área de livre comércio e não mais união aduaneira.
Falou, então, sem entrar em detalhes, sobre o episódio do jantar oferecido a ele pelo empresário João Dória, no qual disse que estaria disposto a tomar medidas impopulares caso fosse eleito. Defendeu-se dizendo que tomaria "as medidas necessárias", e que "as medidas impopulares já foram tomadas pelo governo atual".
Depois comentou a polêmica em torno do comunicado do Banco Santander que dizia que a economia pioraria com a reeleição de Dilma. "Se demitir um funcionário que fez um relatório, coerente com centenas de relatórios que estamos recebendo nos últimos meses, resolvesse, mas não. Não adianta falar de pessimismo generalizado como se isso fosse patológico".
E, incentivado por uma pergunta da plateia, fez um trocadilho com a goleada sofrida pela seleção no confronto com a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo. "Foi muito triste, principalmente por ter sido em Minas Gerais. Mas os 7 a 1 que nos preocupa é de 7% de inflação e 1% de crescimento".
Disse que o governo atual legou a seu sucessor um Brasil desmobilizado na juventude – que não acredita mais na política –, nos agentes sociais – que não vêm cumpridas suas demandas – e na economia "pífia".
Em seu pronunciamento final, Aécio Neves criticou a política energética do atual governo, afirmando que sempre foi contra a Medida Provisória 579 – que fez uma redução estrutural no preço da energia – por considerar que a regra desorganizaria o setor. "Fui acusado de antipatriota. Eu me opunha às medias pelo voluntarismo e percepção de que desorganizaria o setor", afirmou.
Atacou, também, a gestão da Petrobras. "Ao subsidiar combustível fóssil, a Petrobras se torna a única petrolífera do mundo que quanto mais vende petróleo mais prejuízo tem".
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