Crônica de A. Capibaribe Neto

Político desonesto

Eu sei quem é o senhor. Aliás, muita gente sabe. Sei onde o senhor mora e de onde o senhor veio, o quanto tinha quando era gente do povo, sem ter onde cair vivo. Sim, porque morto cai em qualquer lugar. Sei quanto era o seu patrimônio, porque era fácil somar um monte de nada e passar a régua. Era quase igual a zero. Como por encanto, o senhor ficou rico e com dinheiro suficiente para "encantar" a humildade ignorante da plateia fácil de conquistar com pouco mais de trinta dinheiros. Sei que o senhor não tem o mínimo de pudor, de respeito ao povo que o elegeu através dos favores miúdos a meia dúzia de apadrinhados que se tornaram cúmplices das promessas que nunca foram cumpridas e das desculpas maquiadas com a maior cara de pau. Sei que o senhor não tem vergonha na cara e quem não tem vergonha ou pudor não pode ter amor ao próximo; no máximo um agrado às escondidas a uma "maria político" de plantão, com promessa de se tornar primeira dama e depois, quando o escândalo estourar, ser convidada a posar nua para uma dessas revistas. O senhor sabe que eu sei e muita gente sabe quem o senhor é, mas não está nem aí. O senhor consegue ganhar de muito mais de sete a um como fez a seleção da Alemanha no Brasil, por seus méritos. O senhor vale por um time inteiro, mas como não pode jogar sozinho tem no time uma equipe de "zé laranja". A diferença entre uma equipe que ganha por seus méritos e o seu time, é que a do senhor só ganha roubando, marcando pênalti antes do jogo e prometendo a taça suja do descaminho, no campeonato do superfaturamento, do desvio de verbas para a educação, para merenda escolar, para garantir o futuro de milhões de brasileiros que continuam sendo tão enganados quanto os "fiéis" que acreditam em milagres no varejo, no atacado, em linha de produção nos palcos dos templos e seus vendilhões. O senhor vende promessas às escondidas. Os que vendem a fé no senhor não são tementes a Deus. E o senhor não teme nada porque na hora do flagra, quando o senhor é pego com o batom na cueca, um advogado bom consegue convencer a quase todos que "a cueca não era do "meu cliente", ou que o batom foi plantado. Eu sei que o senhor sabe que muitos sabem que o senhor é descarado, passa um pouco do crápula egoísta e sem um mínimo de caráter, mas isso não o preocupa. O senhor "não está nem aí". E o mais arrepiante é que o senhor está no páreo, que está fazendo campanha e não tenho dúvida de que vai ganhar. Muita gente sabe, mas as leis viram a cara quando a filha de um descarado diz que "o que tinha para ser roubado já foi" e vai ficar por isso mesmo. Mas um dia - o senhor pode ter certeza - seus filhos, seu netos, seus bisnetos, toda a sua herança genética e moral, talvez encontrem dificuldade para continuar sendo mais desonesto que o senhor, porque em CEM ANOS o Brasil será um exemplo como a Alemanha de hoje, mas aí, a Alemanha já estará administrando Marte ou outro planeta, bem distante de exemplos perversos como o senhor.

O título desta crônica deveria ser POLÍTICO LADRÃO, mas ia ficar muito pesado. Fica assim mesmo. Eu sei quem o senhor é. O senhor sabe quem eu sou. Muita gente sabe, mas é como eu disse, o senhor vai se eleger e tudo vai ficar exatamente como está. Não, não, vai ficar pior, bem pior. Fique tranquilo, o senhor vai ganhar fácil, não tem jeito...

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