Josias de Souza, o mancheteiro

Triste o que sucedeu com Neymar: arrancado da Copa por uma joelhada criminosa. Torça-se por uma boa e breve recuperação. Mas abra-se um parêntese: tomado pelo futebol que exibiu nesta sexta-feira, o Brasil pode chegar à final e, até, sagrar-se campeão mesmo sem Neymar.

E eis que, pela primeira vez no Mundial, entrou em campo aquele selecionado eficiente da Copa das Confederações. O resultado foi avassalador: o jogo Brasil 2 X 1 Colômbia acabou nos 15 minutos iniciais. Sim, isso mesmo: nos primeiros 15 minutos da batalha, a seleção já tinha rendido a infantaria liderada pelo garoto James Rodríguez. Que vinha de quatro convincentes vitórias.

O grande destaque do Brasil foi a ausência de grandes destaques. Neymar não brilhou. E isso não teve importância. O conjunto prevaleceu sobre a neymardependência, eis a verdade. Mordidos por terem sido chamados de chorões, os jogadores brasileiros entraram em campo famintos. E investiram em cada lance como se enfrentassem uma picanha com farofa.

Os jogadores de Felipão estavam em todos os lugares ao mesmo tempo. Desintegraram o inimigo com uma marcação asfixiante. Comeram a bola. A despeito do banquete, o primeiro tempo terminou com um magro 1 X 0. Injusto. O Brasil poderia ter enfiado pelo menos mais dois além daquele gol de joelho que Thiago Silva marcou aos 6 minutos.

A partida não teve lances geniais. Mas David Luís roçou as fronteiras da genialidade com a cobrança de falta que resultou no segundo do Brasil. Dois gols de zagueiros! Era como se o acaso quisesse realçar: 1) sem uma equipe, o time fica na dependência do milagre de um craque; 2) Deus existe, mas é muito seletivo na distribuição de milagres; 3) com um pouco mais de suor, pode-se vencer sem lágrimas. Fecha parênteses.

A joelhada desferida em Neymar, pelas costas, merece punição exemplar. O juiz não mostrou um mísero cartão amarelo. Mas cabe perguntar: se uma reles mordida levou a Fifa a punir o uruguaio Luis Suárez com suspensão de nove jogos, multa e banimento do futebol por quatro meses, que penalidade merece Juan Zuñiga, o colombiano que nocauteou Neymar, privando-o da Copa?

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