Jornal GGN – Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, condenou veementemente o assassinato de pelo menos 10 civis palestinos hoje, dia 3, em meio a uma escalada "terrível" de violência na Faixa de Gaza desde o colapso de um breve cessar-fogo instituído em 1 de agosto. Os assassinatos ocorreram do lado de fora de uma escola das Nações Unidas em Rafh que é utilizada como abrigado para milhares de civis.
"O ataque é mais uma flagrante violação do direito internacional humanitário, o que exige claramente a proteção por ambas as partes de civis palestinos, funcionários da ONU e instalações da ONU, entre outras instalações civis", declarou Ban Ki-moon em um comunicado divulgado por seu porta-voz, em Nova York.
"Abrigos das Nações Unidas devem ser zonas seguras e não zonas de combate", continuou o secretário-geral em sua declaração, acrescentando que as Forças de Defesa de Israel (IDF) têm sido repetidamente informadas da localização desses locais. "Este ataque, junto com outras violações do direito internacional, devem ser rapidamente investigados e os responsáveis responsabilizados", diz a nota, "é um ultraje moral e um ato criminoso", conclui.
A declaração contundente do chefe da ONU vem depois do colapso, há dois dias, de um cessar-fogo humanitário mediado pelas Nações Unidas e os Estados Unidos, e na sequência de dois ataques anteriormente relatados perto de escolas gerenciadas pela Agência de Ajuda e Trabalho das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos do Oriente Próximo (UNRWA).
Como a breve pausa não foi respeitada e os ataques em Gaza se intensificaram, os funcionários humanitários da ONU disseram ontem que semanas de intensos combates deixaram os serviços médicos e facilidades "na beira de um colapso", advertindo que um desastre de saúde, de proporções generalizadas, está rapidamente se desenrolando.
Em sua declaração, Ban Ki-moon expressou "profunda consternação" sobre a escalada da violência e da terrível perda de centenas de vidas de civis palestinos desde a violação do cessar-fogo. O recrudescimento da destruição só tem agravado a crise humanitária e de saúde em Gaza.
"A paz pode ser alcançada através da retomada do cessar-fogo e das negociações entre as partes no Cairo, para abordar as questões subjacentes", discorria a declaração, e mais: "O Secretário-Geral reitera a sua exigência para as partes para que cessem imediatamente os combates e retornem ao caminho da paz. Esta loucura tem que parar".
A veemente condenação de Ban Ki-moon foi repassada em um comunicado divulgado em Jerusalém pelo Coordenador Especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Robert Serry, que também expressou consternação com os relatos de uma grave ocorrência nas imediações da escola da UNRWA, que está abrindo cerca de 3 mil civis deslocados pela violência em curso.
"É simplesmente intolerável que uma outra escola tenha estado sob fogo mesmo designada para servir de abrigo para civis que fogem das hostilidades", disse o comunicado, que sublinhou o apelo do Secretário-Geral para que as partes envolvidas neste conflito respeitem a inviolabilidade das instalações da ONU e protejam os civis.
Serry, em sua declaração, lamentou a escalada da violência nas últimas 48 horas e, particularmente, na área de Rafah. "Essa violência chocante ressalta a necessidade urgente, apesar de reveses recentes, por um cessar-fogo e negociações entre todas as partes no Cairo para abordar as questões subjacentes", disse ele.
No comunicado, Serry exortou todas as partes para que cooperem com os esforços internacionais em curso para encontrar uma maneira de sair desta crise e evitar a perda de mais vidas humanas.
Enquanto isso, a UNRWA anunciou hoje que, desde 20 de julho, nove de seus funcionários foram mortos, "os trabalhadores humanitários derrubados pelo conflito impiedoso". "Eram pessoas que tinham dedicado anos ou décadas a servir os refugiados palestinos de Gaza", disse o Comissário-Geral da UNRWA Pierre Krahenbuhl.
"Muitos deles eram educadores, inculcando nas crianças a esperança de um futuro melhor e para apoiá-los através dos momentos mais difíceis... As formas cruéis com que perderam a vida tem devastado as famílias que deixam para trás e todos nós da UNRWA", disse ele.
Informações da ONU
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