Já que é um ano de secas Quero falar das águas, por Pedro Penido dos Anjos

Mesmo neste anos de loucos

Acho dizer minhas sãs

Mestres dos mastros

Ao vento, os  ventres

Penso tecelãs

Minhas lãs

Meus cobertores tão frios

Tão curtos

E em vão

Vão um

Avião

Vôo

Uma noite distante

Em que quase cheguei


Si

Me vou


As penas

Que me

Mi

Fizeram voar

E saber

Que recomeçar

E partir

É chegar

Ali, lá

No mesmo lugar

De reconstruir


De pensar

As loucas partículas

Que vão em mim

E hão

Em todas escadas

De descer

E subir

Ou sair

Saber

Ou, ou, ou

Vão

Sei que ainda

Vão

Meu vazio

Arquiteto

Futuro

Incompleto

Concreto

Irrestrito

E um avião

E o barulho

O meu grito

Cheio de ar

Ou ou ou,

Ah