Aliança do Pacífico: Salário Mínimo do México está abaixo da linha da pobreza
por Mauro Santayanna
Para os que adoram citar as "maravilhas" da Aliança do Pacífico, o México, que, nunca é demais lembrar, cresceu a metade do Brasil no ano passado, é o único país da América Latina em que o salário mínimo está situado abaixo da linha de pobreza. A informação é da CEPAL, que fez um estudo sobre a base de remuneração vigente nos países da região e sua influência no combate à desigualdade.
As principais conclusões do estudo são que, em países como a Argentina, o Brasil, o Chile e o Uruguai, salários mínimos mais fortes, aumentados progressivamente, além de não prejudicar a criação de empregos, melhoram a distribuição de renda, fortalecem o consumo e o mercado interno, combatem a desigualdade e aumentam a formalização dos trabalhadores.
O levantamento também mostra que a Costa Rica é o país que está melhor nesse aspecto, com um salário mínimo equivalente a 3,18 vezes a renda que equivale à linha de pobreza, e o México, o que está pior, com um salário mínimo um pouco abaixo da linha de pobreza.
Comentando as conclusões da CEPAL, Miguel Angel Mancera, que chefia o executivo da Cidade do México, afirmou que o país, no qual a maior parte dos trabalhadores se encontra na informalidade, está vivendo "um novo processo de precarização do emprego", e José Narro, reitor da UNAM, Universidade Nacional Autônoma do México, lembrou que "é preciso aprofundar a distribuição da riqueza e equilibrar a macro e a micro economia, com a participação de todos os setores sociais, para combater a desigualdade e a pobreza".
Para quem acha que a situação está muito ruim no Brasil, um deputado federal ganha, por mês, 148.446 pesos no México, e um trabalhador que ganha salário mínimo – omeme que ilustra o post é do ano passado - recebe, atualizados, na área geográfica "A", 67.29 pesos, e, na área geográfica "B", 63.77, ou, no câmbio de ontem, 10.99 reais por dia. E depois dizem que os escravos estão na China.
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